As relações de trabalho e seus impactos nas cidades serão temas do 44° ENSA
| 18 de setembro de 2020 |
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As rápidas mudanças na vida cotidiana das cidades têm demonstrado como a qualidade de vida está diretamente relacionada à garantia do trabalho decente, trazendo o combate à precarização das relações de trabalho para o centro do debate. Com essa intenção, a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) definiu como tema central do 44°Encontro Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (ENSA-Digital) a pauta ‘O trabalho transforma o espaço: Arquitetura e Urbanismo nas periferias do mundo’, que vai nortear as discussões do evento que acontece entre 1° e 6 de dezembro de 2020.A escolha do tema parte da realidade que mudanças nas relações e no mercado de trabalho têm influenciado diretamente no aumento da pobreza e nas desigualdades sociais e espaciais sobretudo em países em desenvolvimento. A precarização das relações de trabalho com perda de direitos conquistados, as altas taxas de crescimento do desemprego e da informalidade são realidades que comprometem o desenvolvimento social no Brasil e contribuem para a expansão da pobreza e da desigualdade.
Essas mudanças – muitas permitidas na reforma trabalhista de 2017 – e sob o pretexto da modernização das relações para geração de novos postos de trabalho, mesmo que sem direitos, geram preocupação e deixam dúvidas sobre suas reais intenções e impactos na sociedade. “O direito à vida e à cidade, por estarem diretamente relacionado à garantia de trabalho digno, colocam arquitetos e urbanistas no centro desse debate”, afirma o diretor da Secretaria de Políticas Públicas e Relações Institucionais, Patryck Carvalho. Segundo ele, a proposta de trazer para discussão o futuro do trabalho e o papel do arquiteto na construção desses espaços é essencial nesse momento, por isso a escolha do tema desta edição. “A atuação do arquiteto e urbanista é fundamental para a construção e transformação dos espaços e a melhoria da vida da população em geral”, destaca.
Um exemplo da precarização, segundo Carvalho, é o crescimento dos contratos por hora trabalhada e não mais por mês, modalidade bastante defendida pelo atual governo e com respaldo da reforma aprovada pelo Congresso. “Esse processo vem sendo divulgado e defendido como novo modelo de produção e de relação trabalhista, mas o que se vê é que o mundo do trabalho está se tornando cada vez mais informal, tendo a precarização como uma de suas marcas”, pontuou.
Além de uma intensa agenda que reunirá profissionais representantes de sindicatos de arquitetos e urbanistas de todo o país, o ENSA-Digital vai premiar arquitetos e urbanistas e iniciativas que se destacaram ao longo do ano, com a entrega dos prêmios FNA 2020 e 15° Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano. As indicações dos projetos e nomes podem ser feitas até o dia 28/9, por meio de formulário eletrônico disponível no site da FNA. A escolha e divulgação dos vencedores se dará no dia 13/10, durante reunião do Conselho Curador da premiação.
Fonte: FNA
