O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops na sigla em inglês) promoveu nos dias 27 e 28 de junho, no Palácio Itamaraty, treinamento com o tema “Transversalizando gênero em projetos de infraestrutura”. A transversalização de gênero nos projetos do Escritório visa desenvolver a sustentabilidade social e eliminar todas as formas de violência contra mulheres nas esferas públicas e privadas, o que inclui a sua inserção no mercado de trabalho, realizando atividades de liderança que, culturalmente, são associadas ao universo masculino.
De acordo com as analistas técnicas do CAU/RJ Marcia Figueiredo e Patricia Fagundes, que participaram do treinamento, a apresentação demonstrou como é feita a análise de gênero, de modo a identificar as diferenças, necessidades e oportunidades disponíveis, em qualquer fase do projeto. Foram apresentados exemplos de mecanismos aplicados na infraestrutura pública de países como Vietnã e Sri Lanka, em que a força de trabalho feminina foi utilizada para desenvolvimento de certas regiões.
“No Vietnã, por exemplo, as mulheres que antes não desempenhavam um papel produtivo em seu contexto social, passaram a ser responsáveis pela manutenção das estradas e do sistema de drenagem pluvial da região e a compor um comitê administrativo deste mercado de trabalho local construído para e por elas”, contou Márcia.
O objetivo da oficina era esclarecer conceitos chave e capacitar profissionais para desenvolver e implementar os Planos de Gênero e Inclusão Social (PGIS). As ferramentadas apresentadas podem ser utilizadas por arquitetos e urbanistas em projetos diversos, não apenas os da Unops.
A Unops atua nas áreas de compras, gestão de contratos, obras públicas e desenvolvimento de infraestrutura física, incluindo atividades relacionadas de capacitação públicas e privadas. O Escritório está envolvido com o Plano de Trabalho Estratégico de Gênero do Projeto Via Lilás, um programa de alerta e auxílio a mulheres vítimas de violência, com a implantação de totens informativos nas estações de trem urbano, ações culturais e creches para os filhos das mulheres envolvidas com o projeto, além de estruturas de atendimento a vítimas de criminalidade.