O turista que visita o Parque do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ou o carioca um pouco mais alheio à história da sua cidade, pode pensar que a natureza foi generosa ao criar um espaço tão belo em pleno coração de uma das maiores metrópoles do país. Porém, o Parque do Flamengo, ou simplesmente Aterro, foi concebido pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, em parceria com Burle Marx, Luiz Emygdio de Mello Filho, Ethel Bauzer Medeiros, entre outros profissionais, em 1961, e inaugurado quatro anos depois. Para celebrar o cinquentenário do Parque, o Centro Cultural Correios Rio apresenta a exposição “Jardim de Memórias – Parque do Flamengo 50 anos”. A mostra será aberta no dia 30 de setembro, às 19h, e as visitações poderão ser feitas até 29 de novembro.
Com curadoria da arquiteta e relatora do UIA 2020 Rio, Margareth Pereira, e co-curadoria de Alfredo Brito, a exposição reúne fotos de Marc Ferrez, Augusto Malta, Marcel Gautherot e Cesar Barreto. Ao todo, são 110 imagens, além de plantas arquitetônicas e um vídeo, que mostram todo o processo de construção de parque, até culminar no Aterro e Parque do Flamengo tal qual conhecemos.
“Em 1870, os irmãos Rebouças já pensavam em apropriar a frente marítima com parques. Essa é uma luta histórica, e a ideia de se criar um espaço público livre à beira mar foi constantemente atualizada”, explicou Margareth.
Ao contrário do que muitos imaginam, o Parque do Flamengo não foi idealizado por Lota de Macedo Soares. Amiga do então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, Lota desempenhou importante papel político em defesa da construção do parque. “A ideia de construir um parque público na orla da Praia do Flamengo é muito antiga, mas ela começou a avançar quando Pereira Passos realizou a obra da Avenida Beira Mar. Cinquenta anos depois, acontece o desmonte do Morro do Castelo, com Carlos Sampaio, e o desmonte do Morro de Santo Antônio. As areias desses desmontes foram utilizadas para a construção do aterro da Praia do Flamengo e do parque”, disse Margareth.
A mostra é uma homenagem que não poderia faltar ao Aterro do Flamengo: “O trabalho retrata a inteligência tecnológica, estética, política e administrativa na realização dessa obra. A proposta é que, após visitar a exposição, o visitante vá ao aterro para aproveitar aquele espaço público, que é de todos nós”, disse a curadora.
Serviço:
Jardim de Memórias – Parque do Flamengo 50 anos
Centro Cultural Correios Rio
Visitação: até o dia 29 de novembro de 2015, das 12h às 19h
Rua Visconde de Itaboraí, 20 (Corredor Cultural/Centro)
Telefone: 21 2253-1580
Entrada Franca
Fonte: IAB-RJ