O mercado de avaliações e perícias estará em discussão no XXXI Congresso Pan-Americano de Avaliações, que acontece entre os dias 19 e 21 de outubro, no Hotel Windsor da Barra da Tijuca. Promovido pela União Pan-americana de Associações de Avaliação (Upav) e organizado pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), o evento discutirá o cenário pan-americano do mercado de imóveis e de avaliação e sua relação com os ciclos econômicos na região. As inscrições podem ser feitas pelo site (link) até 30 de setembro.
Para o Conselheiro do CAU/RJ, presidente do Ibape/RJ e membro da comissão organizadora do evento, Ronaldo Foster Vidal, o Congresso é uma oportunidade de trocar informações e apresentar trabalhos técnicos. Em entrevista ao CAU/RJ (leia abaixo a íntegra), ele destacou as possibilidades de atuação dos arquitetos e urbanistas . “Há espaço para crescermos neste mercado em nosso país”, afirmou.
A presidente da Upav, a arquiteta venezuelana Maria Emilia Pereira Colls, em comunicado recente, afirmou que o evento “permite conhecer, em primeira mão, a forma com a qual os países vêm lidando com situações de crise, o surgimento e a extinção de mercados, o impacto de governos populistas na política habitacional e seus impactos no mercado de bens imóveis”. Assuntos como desapropriações e avaliação de imóveis históricos também serão contemplados. A Upav reúne associações de avaliação de imóveis de 14 países, incluindo Espanha.
No dia 19 de outubro, haverá quatro workshops: Avaliações de Bens de Base Imobiliária (estudos de viabilidade de hotéis, hospitais, shoppings, etc.); Avaliações pelo Método Comparativo; Avaliações pelas Normas Internacionais do IVS (International Valluations Standards); Avaliações em Desapropriações. Quem desejar pode participar apenas dos workshops.
Entre os destaques da programação estão o painel “Expectativas e Indicadores do Mercado Imobiliário”, com avaliadores do Royal International Chartered Surveyors (RICS) e as palestras Valor Justo em Avaliações, com o engenheiro Osório Gatto, e o Atual Mercado de Trabalho na Área de Avaliações com a presidente da Upav, Maria Emilia Colls, no dia 20 de outubro, informou Foster.
No dia 21, o presidente do Ibape/RJ recomenda a palestra sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade em Avaliações, com o engenheiro agrônomo Carlos Arantes, e o painel a respeito das revisões em laudos de avaliação, com profissionais norte-americanos do Appraisal Institute e a brasileira Marcia Ferrari, do RICS.
O Conselheiro do CAU/RJ Ronaldo Foster participará, na mesma data, da discussão sobre Avaliação de Bens Históricos, ao lado da engenheira portuguesa Maria dos Anjos e do engenheiro Radegaz Nasser. Ao CAU/RJ, Foster explicou as possibilidades de atuação na área para arquitetos e urbanistas.
Quais são as possibilidades de atuação do arquiteto e urbanista no campo das perícias e avaliações?
Os arquitetos e urbanistas são profissionais bem aceitos nos trabalhos de avaliação, sobretudo quando há necessidade de elaborar um anteprojeto de aproveitamento de glebas e lotes urbanos especiais para realizar trabalho de valoração de algum empreendimento de base imobiliária, ou ainda, algum terreno de grande tamanho. Nos países latino americanos, o Chile e o Equador são os que têm mais arquitetos dominando este mercado de trabalho. Na Colômbia, 50% dos avaliadores são arquitetos e, no Brasil, somos cerca de 15% dos avaliadores profissionais. Há espaço para crescermos neste mercado no nosso país.
Qual a participação de arquitetos e urbanistas nos 70 anos de Engenharia Legal e de Avaliações no Brasil?
A participação de arquitetos (as) no mercado de avaliações e de perícias judiciais ao longo de mais 70 anos é constante, embora sejamos minoritários no nosso país. Estatisticamente, o número de arquitetos neste mercado de trabalho costuma ser proporcional à antiga participação nossa no Sistema CONFEA-CREA: cerca de 10% a 15% dos profissionais de nível superior.
De que forma o novo Código de Processo Civil (CPC), que entrou em vigor no começo deste ano, favorece a atuação dos arquitetos e urbanistas como peritos?
O novo Código de Processo Civil torna mais rigorosa a escolha de profissionais pelos Juízes, na medida que não poderão mais ficar com uns quatro ou cinco Peritos “eleitos” para trabalharem nos processos onde nomeiam. Agora haverá uma listagem mais completa nos Tribunais, e as nomeações deverão ser pelo sistema de rodízio e maior especialidade ou experiência profissional sobre a matéria do processo. Além disso, já houve recente decisão jurisprudencial na Justiça Federal sobre perícias em imóveis tombados, que deverão ser feitas por arquitetos, exclusivamente.
Serviço:
XXXI Congresso Pan-Americano de Avaliações – Mercado de Real State, Avaliação e Ciclos Econômicos: o Cenário Pan-americano
Dias 19 a 21 de outubro de 2016
Hotel Windsor Barra
Avenida Lúcio Costa, 2630 – Barra da Tijuca
Rio de Janeiro/RJ
Inscrições: http://www.congressoupav2016.com.br/txt/4/pt/