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Home » Notícia » Notícias » Destaques, Notícias CAU/RJ » Sérgio Magalhães defende mudança de olhar para as cidades brasileiras

Sérgio Magalhães defende mudança de olhar para as cidades brasileiras

18 de março de 2022

A construção de cidades menos desiguais, inclusivas e sustentáveis é tema central do livro “Reinvenção da Cidade: Interação, Equidade, Planeta”, do arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães. Com selo da editora Rio Books, a obra será lançada nesta sexta-feira, 18 de março, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon a partir das 19h.

Sérgio explica que o livro busca ajudar a colocar na pauta política e na demanda da sociedade a compreensão de que não haverá desenvolvimento do país sem a qualificação das cidades e sem a universalização dos serviços públicos urbanos, sendo condições essenciais para um futuro melhor. “Por muito tempo, temos abandonado as nossas cidades. Precisamos reconhecer que elas são o lugar da educação, da saúde, do trabalho, do conhecimento, da inovação e que, nelas, vivem 85% dos brasileiros”, afirma.

O arquiteto e urbanista constrói seu novo livro a partir de três conceitos estruturadores de uma cidade à altura das exigências do Século XXI: a interação, a equidade e a sustentabilidade. O primeiro, a interação, é no sentido de valorização das trocas sociais, de compreensão da diversidade e da antissegregação. O segundo, a equidade, se dá por meio da universalização dos serviços públicos com qualidade e do atendimento a todos os estratos sociais. Já o terceiro diz respeito ao planeta, no que concerne à relação indissociável entre a vida humana, a natureza e as condições climáticas.

Em entrevista ao CAU/RJ, Sérgio Magalhães explicitou a força transformadora do urbanismo, assim como a interconexão entre cidade, economia e bem-estar social. Confira abaixo:

 

CAU/RJ: O livro aborda a cidade do Século XXI, mas parece que estamos estagnados no modelo de cidade do Século XX. Você tem essa mesma percepção?

Sérgio Magalhães: Acredito que, desde a industrialização, meados do Século XIX, o pensamento urbanístico que se configurou foi no sentido de ter cidades mais bem equipadas para toda a população, reconhecendo as enormes dificuldades que a urbanização via estímulo da industrialização acarretava para as grandes cidades. O urbanismo como disciplina autônoma surgiu nesse momento. Só que o pensamento moderno imaginava que a cidade existente não seria capaz de corresponder à essa idealização. Então, o pensamento moderno buscou construir tudo, desprezando a cidade existente. Este ainda é, em muitos lugares, o pensamento hegemônico.  O abandono de áreas ocupadas é uma realidade que está aí nas grandes e pequenas cidades.

 

CAU/RJ: O desejo do novo ainda é muito forte no Brasil?

SM: O interesse de construir sempre um novo e fora de onde a cidade existe continua com muita força. No caso brasileiro, essa força decorre também de uma realidade importante que é o fenomenal crescimento demográfico experimentado desde meados do Século XX, que não teve comparação com nenhum outro país do mundo, sobretudo um crescimento demográfico urbano. Ao longo da minha vida, o Brasil urbano deixou de ter 12% da sua população morando em cidades e atingiu a marca de 85% da população vivendo nas cidades, sendo que a população cresceu de 50 milhões para 200 milhões. Então você multiplicou a população nacional por quatro e multiplicou a população urbana por 15.  Esse fenômeno esteve sempre em acordo com essa idealização de que o novo que é importante.

CAU/RJ: As cidades brasileiras vivenciam ainda esse crescimento demográfico ou chegamos a uma estabilização?

SM: A estabilidade demográfica é uma realidade. Não vamos mais crescer demograficamente. Ao contrário, a partir dos anos 2030, final da década, começa até a diminuir a população brasileira. No caso do Rio de Janeiro, a cidade metropolitana é a que menos cresce há décadas entre as cidades metropolitanas no país. Essa é uma realidade que também se impõem. Se antes a realidade era a da grande expansão, agora demandamos uma solução diferente. O reconhecimento das pré-existências passou a ser algo factível. Não é teoria urbanística desde os anos de 1960. No Brasil, talvez, desde os anos de 1990. As intervenções no Rio de Janeiro do Favela-Bairro e do Rio Cidade são exemplares nesse sentido, pois parte de reconhecer as pré-existências e sobre elas trabalhar para melhorar a cidade. Há uma mudança conceitual importante aí.

CAU/RJ: A hegemonia financeira ofuscou, em parte, a agenda urbana?

SM: Abordo a questão no livro. Nos últimos 40 anos, a hegemonia da economia financeira passou a ser uma realidade no mundo. Essa hegemonia excluiu todos os outros agentes produtores de cidade do debate e da construção do espaço urbano. A ideia predominante era de que precisava desenvolver a economia para as coisas se resolverem. O que não é uma verdade. A crise de 2008 tornou isso muito evidente. A crise da pandemia escancarou de vez. Hoje estamos ante a realidade de que as coisas estão todas interligadas, e a cidade é um agente para o desenvolvimento, assim como os outros:  a economia, a política e a cultura. Portanto, há uma interdependência entre esses fatores.

CAU/RJ: E o que fazer para superar a hegemonia financeira e construir cidades mais sustentáveis?

SM: Para desenvolver as cidades precisamos dar uma atenção que ela não tem tido. Precisamos tratar dessa trilogia que apresento no livro, que é a interação via espaço público de qualidade; a equidade, com a universalização dos serviços públicos e dos equipamentos; e atenção especial ao clima e ao planeta porque o mundo é urbano, e a concentração nas cidades faz com que precisamos ter especial atenção a esses fatores. Isso é novo. Não é algo do Século XX, mas do Século XXI.

CAU/RJ: Você participou da 2ª audiência pública do novo Plano Diretor do Rio. Você observa que o novo ordenamento urbanístico da capital fluminense dialoga com a tríade: Interação, Equidade e Planeta, que apresenta no livro?

SM: O novo Plano Diretor tem princípios muito interessantes, mas a transferência desses princípios para a prática espacial ainda me parece muito precária.  Diria que é preciso aprofundar mais.

CAU/RJ: Com a pandemia, a tecnologia da comunicação observou um grande avanço. Como você observa as cidades pós-pandemia, e o impacto do avanço tecnológico na nossa relação com o espaço urbano?

SM: Primeiro, acho que ficou evidente o desejo das pessoas de se encontrarem. Agora isso está sendo possível, e vemos o entusiasmo como as pessoas buscam essa proximidade. É um sinal que contraria a ideia anterior de que, com os meios digitais, o encontro pessoal estaria destinado ao enfraquecimento, sobretudo o encontro pessoal no nível urbano. Segunda questão, o espaço público é um espaço historicamente associado à cidade. A cidade existe para a interação social. Por hipótese, se viermos a admitir que no futuro as interações digitais ocuparão o espaço da interação, sem necessidade da troca presencial, acabaria a cidade.  Temos, portanto, uma experiência arquimilenar e uma experiência muito recente dos meios tecnológicos de comunicação. É preciso dar tempo ao tempo. Acredito que o espaço da interação social urbana continuará tendo expressão muito importante para as cidades e para a vida social, enquanto o espaço da interação via digital vai continuar com seu valor, mas não com essa pretensão tão ampla, que muitos acreditam.

CAU/RJ: Quais “armas” o urbano possui para tentar vencer a hegemonia econômica e entrar na pauta?

SM: Acho que a primeira arma é o conhecimento. Compreender como estamos, onde estamos e o valor dessa vida urbana é a primeira questão. Coisa que parece óbvia, mas não é.  Para muita gente a cidade é alguma coisa que está aí, mas não é tão importante. Importante sou eu, é a minha casa. Não faz uma relação entre eu e os outros, entre a minha casa e o conjunto da cidade. É um processo que em muitos países é muito mais desenvolvido e em outros muito menos. Não há uma uniformidade a esse respeito. Pelos países que dão importância para a cidade, e pela qualidade de vida urbana superior, dá para comparar. A gente vê que países desenvolvidos, que dão força para as cidades, apresentam condições melhores de vida social. Poderia dizer que os Estados Unidos em si tem é essas duas expressões. Os Estados Unidos tem cidades muito bem qualificadas, como Nova Iorque, e tem lugares muito pouco urbanos, baseados nos subúrbios de automóveis, em que a vida e a interação social são muito frágeis.

A ineficácia dos fatores que são tratados como hegemônicos, como foi o caso da política majoritária econômica mostrou isso. Em “Reinvenção da Cidade: Interação, Equidade, Planeta” cito o livro e o filme Nomandland como expressões claras desse fracasso. Enquanto o sistema financeiro foi objeto de trilionários privilégios, populações e cidades foram abandonados. Está é uma questão social de alta relevância, com influências políticas importantes. Não posso desprezar a hipótese, que muitos pesquisadores levantam, de que a essa volta para a direita radical, sobretudo a direita trompista, tem nesse abandono, de partes importantes da antiga classe média americana, uma causa desse abandono.

Por fim, apostar no que Edgar Morin nos diz: apostar no imprevisto. O imprevisto pode mudar as coisas e mudar para melhor. Se pode mudar para melhor, vamos ajudar para que o melhor vença.

CAU/RJ: As cidades vivenciam hoje diversas crises e de forma simultânea. Temos a crise climática, social, migratória. Para você, qual é o principal desafio urbano da atualidade?

SM: Acho que a desigualdade intraurbana é uma questão central para as cidades, para a sociedade, para a política, para a economia e para os países. A crescente desigualdade de renda nos países desenvolvidos e nos países periféricos. Não é que as pessoas não tenham crescido em renda. As pessoas, em geral, cresceram em renda, mas a desigualdade aumentou. O crescimento dessa desigualdade cria patamares de conflito potenciais muito sérios. Ao mesmo tempo afasta o pensamento de sonho e de esperança, cruciais para a coesão social. A coesão social é o que estrutura uma ideia de nação. A guerra na Ucrânia é, por exemplo, um imprevisto importante, que não sabemos as consequências possíveis. Estamos tratando da questão climática e há outras tantas questões que ainda desconhecemos. Contudo, temos responsabilidades que não são simplesmente aquelas convencionais, mas não está claro ainda que a cidade e o urbanismo têm possibilidade de reverter esse quadro. Essa é uma tarefa importante que precisa ser explicitada.  O urbanismo e a cidade precisam ser reconhecidos como possibilidade de ajudar a enfrentar os desafios do planeta.

 

Sobre Sérgio Magalhães

Sérgio Magalhães é considerado um dos maiores nomes do urbanismo contemporâneo brasileiro. Foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), entre 2012 e 2017, e do 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO). O arquiteto, que ocupou o cargo de Secretário Municipal de Habitação do Rio de Janeiro (1993-2000), foi o responsável pela concepção da Política Habitacional da cidade, que inclui o Favela-Bairro, programa implementado em 155 favelas do Rio de Janeiro. Vencedor de premiações nacionais e internacionais, incluindo cinco prêmios anuais de projeto concedidos pelo IAB, o Prêmio América de Arquitectura e o prêmio espanhol FAD 2012 em reconhecimento ao Favela-Bairro, Sérgio é professor no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da FAU/UFRJ.

Para mais informações sobre o livro “Reinvenção da Cidade – Interação, Equidade, Planeta” e sobre o autor Sérgio Magalhães, acesse: www.cidade 21.rio.

Tags: Arquitetura, cidade, Rio de janeiro, Sérgio Magalhães
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