População brasileira chega a 211,8 milhões de habitantes em 2020
4 de setembro de 2020 |
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O IBGE publicou na última quinta-feira (27) uma estimativa da população do país em 2020. De acordo com o órgão, são 211,8 milhões de habitantes em território brasileiro atualmente. O estudo, com data de referência de 1º de julho, mostra que 21,9% da população está concentrada em 17 municípios, todos com mais de um milhão de habitantes, sendo que 14 são capitais estaduais. Em comparação a 2019, o país teve crescimento populacional, que indica a necessidade de mais infraestrutura e políticas urbanas para melhorar a qualidade de vida da população.
De acordo com as Estimativas da População, o crescimento em relação ao ano de 2019 foi de 0,77%. O município mais populoso continua sendo o de São Paulo, com 12,3 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 6,75 milhões. Porém, dados afirmam que há um aumento gradativo na quantidade de grandes municípios no país, ou seja, com mais de 500 mil habitantes. Em 2020, somam-se 49 municípios brasileiros com população maior do que 500 mil habitantes, o que indica um aumento de pouco mais do que 28% em comparação ao Censo de 2010.
A pesquisa reforça a percepção de que os municípios pequenos (com até 20 mil habitantes) estão perdendo moradores, à medida que os médios estão crescendo e as maiores cidades estão se estabilizando em termos de crescimento populacional. “Na incapacidade dos grandes centros se expandirem e proverem habitação para todos, é natural que as novas famílias procurem áreas periféricas, fazendo com que os polos regionais tenham cada vez mais atratividade”, explica Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE.
A partir da análise de comportamento populacional e do aumento de demandas concentradas em determinadas regiões e municípios do país, a população e o governo dessas localidades necessitam cada vez mais de políticas urbanas que consigam melhorar a funcionalidade e qualidade de vida desses cidadãos.
No caso particular do Brasil, um país urbano com grandes metrópoles há algumas décadas, há claramente problemas no modelo de desenvolvimento urbano que vêm sendo tocado ao longo dos anos. “Acredito que os problemas sociais que vivenciamos mais intensamente nas grandes cidades não devem ser tratados como resultados dessa escala urbana, mas sim do modelo de desenvolvimento que vem agravando as desigualdades e restringindo o direito à cidade a uma grande parcela da população.”, afirmou a conselheira Luciana Ximenes, da Comissão de Política Urbana do CAU/RJ.
A combinação de crescimento populacional com a pandemia da Covid-19 gera a necessidade de políticas metropolitanas eficazes, que pensem de forma articulada os problemas sociais e urbanos enfrentados por essas cidades. Nesse sentido, o CAU/BR e outras entidades da área de arquitetura e urbanismo se juntaram em Carta Aberta aos Candidatos das próximas eleições municipais de 2020, com propostas para atender as cidades do país pós-pandemia.
“Grandes avanços podem ser alcançados por meio dos instrumentos previstos em nosso marco regulatório urbano, como a própria Constituição Federal, o Estatuto da Cidade e o Estatuto da Metrópole para diminuir as distâncias entre a cidade real e a cidade ideal.”, afirma o documento.
A Carta é composta por 51 propostas e ações para os futuros gestores das cidades do Brasil. O documento perpassa áreas da arquitetura e saúde, sustentabilidade, governança e financiamento, patrimônio nacional, e mobilidade e inclusão. Clique aqui para ler mais sobre os projetos e conhecer as proposições.