Detentor de importantes prêmios como o Pritzker e o Mies van der Rohe, recebidos nos anos de 2006 e 2001, respectivamente, o arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha é o vencedor do Leão de Ouro, pelo conjunto de sua obra, na Bienal de Arquitetura de Veneza. O arquiteto é o primeiro brasileiro a ser laureado com a premiação máxima da mostra italiana.
O conselho de diretores da bienal – presidido por Paolo Baratta – escolheu Mendes da Rocha como homenageado deste ano por sugestão do arquiteto chileno Alejandro Aravena, o primeiro latino-americano a dirigir uma edição desta que é considerada a maior exposição de arquitetura do mundo.
Segundo Aravena, o atributo mais marcante das obras do brasileiro é a sua atemporalidade. “Muitas décadas depois de construídos, seus projetos resistem aos avanços do tempo, tanto em aspectos físicos quanto de estilo. Essa consistência estarrecedora é consequência de sua integridade ideológica e sua genialidade estrutural”, afirma o chileno, vencedor do prêmio Pritzker 2016. “Ele é um desafiador inconformado e, ao mesmo tempo, um realista apaixonado”.
Em sua justificativa pela escolha, Aravena ainda destaca o importante papel de Mendes da Rocha nos campos político, geográfico e social, além de ele ter servido de exemplo para gerações de arquitetos e urbanistas no Brasil e na América Latina.
A cerimônia de premiação ocorrerá na cidade de Veneza, em 28 de maio, data que também marca a abertura oficial da 15ª edição da mostra internacional para o público.
Aos 87 anos, Paulo Mendes da Rocha é um dos maiores nomes da escola paulista de arquitetura e reconhecido pelo estilo brutalista de suas construções. Entre seus projetos mais famosos, estão o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) e o ginásio do Clube Atlético Paulistano, ambos construídos em São Paulo.
Fonte e texto: Arq!bacana