Novas perspectivas para o CAU

Um novo ciclo se inicia no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ). Para promovermos as transformações que desejamos, vamos trabalhar juntos em prol dos profissionais e da sociedade. É hora de direcionarmos as nossas diferenças para fazer avançar nossas pautas, lutar pela valorização da nossa profissão e pela democratização da arquitetura e urbanismo.

A atuação das mulheres, que são hoje 62,5% dos profissionais da arquitetura e urbanismo no país, deve ser prestigiada. O CAU/RJ precisa também se aproximar das arquitetas e dos arquitetos que atuam no interior do Estado. Se entendermos a interiorização do Conselho como prioridade, conseguiremos expandir nossa atuação para além da fronteira da Região Metropolitana.

Apesar da lei federal nº 12.378 de 2010 definir como atribuições do CAU orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da Arquitetura e Urbanismo no país, o Conselho não pode deixar de notar as dificuldades que a profissão vive atualmente. Precisamos buscar novas formas de organização profissional, apoiar o jovem arquiteto e o profissional autônomo e ampliar nosso campo de atuação junto aos demais setores produtivos da profissão. É urgente que a lei 11.888/2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, seja posta em prática, visto que representa um direito negado a essa parcela da população, além de também representar novas fronteiras de atuação e oferta de serviços para a profissão.

O CAU/RJ e as entidades de Arquitetura e Urbanismo têm um importante papel a cumprir nesse processo: somar forças para garantir esse direito, que passa, inclusive, pela defesa do fortalecimento dos quadros técnicos das prefeituras e do estado, principalmente neste momento em que uma importante empresa pública, a CEHAB, está sob forte ataque e ameaça de desmonte.

Universalizar a arquitetura e urbanismo é garantir o direito à cidade. As atividades de plano e de projeto precisam ser entendidas como prioridades e discutidas amplamente com a sociedade. Obras não podem mais ser licitadas apenas a partir de projetos básicos. Os gestores públicos precisam ouvir e dar voz à população, em prol de uma cidade mais justa e democrática. A cidade do século XXI não admite que pessoas percam duas horas no deslocamento casa-trabalho, que cidadãos sejam hospitalizados diagnosticados com tuberculose ou hepatite A porque o Estado não consegue garantir o direito fundamental à moradia digna e adequada.

Os desafios para os próximos três anos são inúmeros. Mas já iniciamos a gestão dando novos rumos ao CAU, implementando algumas propostas da atual gestão: a partir do dia 23 de janeiro todas (os) 19 mil arquitetas(os) e urbanistas fluminenses poderão utilizar, gratuitamente, um espaço destinado ao trabalho compartilhado e duas salas para reunião de trabalho ou atendimento ao cliente na sede do CAU/RJ; orientamos a gerência de fiscalização para ampliar as ações de fiscalização e a gerência técnica para estender o atendimento remoto, através do projeto CAU Itinerante, para as regiões da capital mais afastadas do centro da cidade, cidades da região metropolitana e cidades do interior do estado, além da realização de visitas técnicas em todos os cursos de arquitetura e urbanismo no estado, com palestras específicas para os graduandos. Outras importantes ações estão em curso.

Dentre tantos importantes desafios, vamos sediar o 27º Congresso Mundial de Arquitetura e Urbanismo (UIA2020RIO), evento que tem o CAU/RJ como parceiro estratégico. Os arquitetos e urbanistas fluminenses precisam, portanto, que seus representantes no Conselho trabalhem juntos. Contamos com o apoio de todos e estaremos sempre à disposição para o diálogo e abertos a sugestões que ajudem a melhorar nossa capacidade de atendimento e de ação. A partir deste momento a nossa tarefa é atuar de forma coletiva, em prol de um CAU que fortaleça a arquitetura e urbanismo e, ao mesmo tempo, seja um importante aliado da sociedade fluminense na defesa do direito à cidade na sua plenitude.