A Comissão Temporária de Equidade e Diversidade do CAU/RJ promove nesta sexta-feira, 30 de julho, a live Julho das Pretas. O evento visa a discutir a forma como as mulheres negras, em especial as arquitetas e urbanistas, têm se organizado para apontar soluções para os desafios urbanos e profissionais para o estado do Rio de Janeiro.
A transmissão ocorrerá no canal do Conselho no YouTube a partir das 17h30. Participam da live as conselheiras Lucineia Lopes, Alyne Reis, Paloma Monerat, Emmily Leandro e Luciana Mayrink, coordenadora da Comissão de Equidade e Diversidade do CAU/RJ. Além de debaterem as pautas da 9ª edição do Julho das Pretas, elas abordarão o Dia da Mulher Afro-Latino Americana e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, ambos celebrados no último dia 25.
“Julho é o mês das pretas. Mais do que nunca é importante debatermos as diversas formas de opressão que nós, mulheres negras, sofremos. Essa externalização é fundamental para combater as diferentes formas de agressões que vivenciamos cotidianamente e construir um futuro melhor para todos. Convidamos a todas e todos a participar dessa live, que vai ser muito especial”, afirmou Luciana Mayrink.
Julho das Pretas
Criada com objetivo de celebrar o Dia da Mulher Afro-Latino Americana e Afro-Caribenha, a ação tem como finalidade, este ano, denunciar as diversas formas de genocídio da população negra e mostra como as mulheres negras têm se organizado em todas as esferas da sociedade, apontando soluções para o país, a partir da luta antirracista, antipatriarcal e pelo Bem Viver.
Dia da mulher negra latina e caribenha
Em 1992, um grupo de mulheres negras oriundas dos países da América Latina reuniu-se em Santo Domingos, na República Dominicana, para a realização do primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas. Ali discutiram problemas que afetam a todas as mulheres em geral, como machismo, formação educacional e profissional, maternidade. Trataram também de questões específicas, como o racismo, preconceito e a situação de inferioridade que se encontram em relação às mulheres brancas.
A fim de chamar a atenção para esta problemática, a data de 25 de julho ficou estabelecida como o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Em 2014, de acordo com a Lei Nº 12.987, de 2 de junho, 25 de julho foi instituído o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Tereza de Benguela
Tereza de Benguela é, assim como outras heroínas negras, um dos nomes esquecidos pela historiografia nacional, que, nos últimos anos, devido ao engajamento do movimento de mulheres negras e à pesquisa ou ao resgate de documentos até então não devidamente estudados, na busca de recontar a história nacional e multiplicar as narrativas que revelam a formação sociopolítica brasileira.
O local de nascimento de Tereza de Benguela é desconhecido. Ela pode ter nascido em algum país do continente africano ou no Brasil, mas sua vida faz parte da história pouco contada do Brasil.
Tereza viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho até ser assassinado por soldados do Estado. O Quilombo do Piolho também era conhecido como Quilombo do Quariterê (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Esse quilombo foi o maior do Mato Grosso.
Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a líder do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas.
O Quilombo do Quariterê abrigava mais de 100 pessoas, com destacada presença de negros e indígenas. Tereza navegava com barcos imponentes pelos rios do pantanal. E todos a chamavam de “Rainha Tereza”.
Serviço
Live: Julho das Pretas
Quando: sexta-feira, 30 de julho
Horário: a partir das 17h30
Transmissão: youtube.com/caurjoficial
Com informações da Biblioteca do CECULT da UFBA