Novas perspectivas para o CAU
15 de janeiro de 2018 |
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Um novo ciclo se inicia no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ). Para promovermos as transformações que desejamos, vamos trabalhar juntos em prol dos profissionais e da sociedade. É hora de direcionarmos as nossas diferenças para fazer avançar nossas pautas, lutar pela valorização da nossa profissão e pela democratização da arquitetura e urbanismo.
A atuação das mulheres, que são hoje 62,5% dos profissionais da arquitetura e urbanismo no país, deve ser prestigiada. O CAU/RJ precisa também se aproximar das arquitetas e dos arquitetos que atuam no interior do Estado. Se entendermos a interiorização do Conselho como prioridade, conseguiremos expandir nossa atuação para além da fronteira da Região Metropolitana.
Apesar da lei federal nº 12.378 de 2010 definir como atribuições do CAU orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da Arquitetura e Urbanismo no país, o Conselho não pode deixar de notar as dificuldades que a profissão vive atualmente. Precisamos buscar novas formas de organização profissional, apoiar o jovem arquiteto e ampliar nosso campo de atuação. É urgente que a lei 11.888/2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social seja posta em prática e o CAU tem um importante papel nesse processo. O CAU/RJ e as entidades de Arquitetura e Urbanismo precisam lutar pela garantia desse direito, que passa também pelo fortalecimento dos quadros técnicos das prefeituras.
Universalizar a arquitetura e urbanismo é garantir o direito à cidade. As atividades de plano e de projeto precisam ser entendidas como prioridades e discutidas amplamente com a sociedade. Obras não podem mais ser licitadas apenas a partir de projetos básicos. Os gestores públicos precisam ouvir e dar voz à população, em prol de uma cidade mais justa e democrática. A cidade do século XXI não admite que pessoas percam duas horas no deslocamento casa-trabalho, que cidadãos sejam hospitalizados diagnosticados com tuberculose ou hepatite A porque o Estado não consegue garantir o direito fundamental à moradia digna e adequada.
Os desafios para os próximos três anos são inúmeros. Vamos também sediar o 27º Congresso Mundial de Arquitetura e Urbanismo (UIA2020RIO), evento que tem o CAU/RJ como parceiro estratégico. Os arquitetos e urbanistas fluminenses precisam, portanto, que seus representantes no Conselho trabalhem juntos. Conto com o apoio de todos e estarei sempre à disposição para o que precisarem. A partir deste momento a nossa tarefa é atuar de forma coletiva, em um CAU para todos e todas, que fortaleça a arquitetura e urbanismo e construa um Conselho que a sociedade precisa.
* Jeferson Salazar é o presidente do CAU/RJ para gestão 2018-2020, arquiteto e urbanista do quadro permanente da UFRJ e assessor da Universidade da Cidadania, órgão do FCC/UFRJ.