Hospitais de campanha e abrigos para moradores de rua viraram objeto de estudo dos alunos de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro (Unilasalle-RJ). Na disciplina de Ateliê Integrado III, os futuros profissionais foram estimulados a desenvolver projetos de Arquitetura Efêmera dentro do atual contexto que vivemos.
Surgiram abrigos passíveis de serem usados após a pandemia, por se transformarem em mochilas; ocupação de vazios urbanos ou “não lugares” por pessoas que dormem nas ruas; abrigos para este mesmo público perto de áreas de grande aglomeração no centro de Niterói; hospitais de campanha no antigo estacionamento do supermercado Carrefour, também em Niterói, e em cidades circunvizinhas a municípios com pouca infraestrutura.
As alunas Jordana Chiapetta e Mariana Fonseca, por exemplo, idealizaram a construção de um hospital de campanha em Rio Bonito, para diminuir a sobrecarga dos dois hospitais e da UPA do município, em uma faculdade inacabada às margens da BR 101. “Eu moro em Rio Bonito e essa perspectiva de dentro nos facilitou ver o déficit da saúde pública da cidade e também ter o conhecimento do ‘esqueleto’ esquecido. A escolha desse local à margem da BR beneficia o acesso das cidades vizinhas, que tem um sistema de saúde mais precário ainda”, explicou Mariana. “Pensar em como podemos facilitar a vida de outras pessoas, propor uma melhor utilização de espaços públicos em prol de atender as atuais necessidades da sociedade é uma preocupação para vida, não só como estudante”, acrescentou Jordana.
Para Diego Caetano, coordenador adjunto do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Unilasalle-RJ, no contexto de mudanças, como o que vivemos, a Arquitetura Efêmera tem um papel muito importante. “Ela versa sobre a possibilidade de uma arquitetura mutante, de uma arquitetura adaptativa, de uma arquitetura que atende a uma dinâmica de transformação do espaço urbano, de uma mudança dos usos do espaço arquitetônico, do espaço construído. Produzir uma arquitetura para atender uma demanda emergencial ou uma demanda decorrente das vulnerabilidades sociais que nós temos é uma forma da profissão do arquiteto responder a essas questões que a vida em sociedade nos traz. Eu acho que é isso que nós esperamos da formação dos nossos alunos: alunos conscientes da função social que a sua profissão possui e da importância de atuar como agentes transformadores dessa sociedade”, afirmou Diego.