FAU-UFRJ celebra 73 anos com manifesto em defesa do Museu Nacional
Faculdade é a segunda escola mais antiga de Arquitetura e Urbanismo das Américas
4 de setembro de 2018 |
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Alunos, professores e técnicos da FAU-UFRJ lotam hall do prédio da Reitoria, na Cidade Universitária para comemorar 73 da faculdade
Alunos, professores e servidores do quadro técnico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UFRJ lotaram, nesta terça-feira, 4 de setembro, o hall do prédio da Reitoria, na Cidade Universitária, para comemorar os 73 anos da FAU-UFRJ. Atos em defesa do Museu Nacional, do patrimônio cultural e científico nacional deram também o tom à celebração.
A programação começou às 9h, com homenagens aos professores aposentados Cêça Guimaraens, Margareth Pereira, José Barki, Rachel Coutinho, Mário Seniquel, Maria Júlia Santos e Cristiane Rose Duarte. O trabalho e dedicação do técnico Rubem Mascarenhas à FAU-UFRJ foi também reconhecido e parabenizado. Na ocasião, alunos e colegas docentes conversaram sobre diferentes momentos vividos na faculdade e renovaram esperanças no desenvolvimento do ensino público e gratuito de qualidade.
Para Margareth Pereira, a universidade pública vive momento difícil, mas há esperança. A professora aposta também nas novas gerações. O sentimento é compartilhado pela vice-reitora da UFRJ Denise Nascimento. “A universidade é o lugar do debate, onde a liberdade de ideias deve estar sempre presente. Acredito que esses 73 anos da FAU devem, de fato, ser comemorados como ato de resistência, de modo a mostrar que a nossa universidade está viva e pulsante, apesar dos diversos ataques que sofremos nos últimos anos”, afirmou Denise.
Servidor da UFRJ há 31 anos, 20 deles dedicados à FAU-UFRJ, o presidente do CAU/RJ, Jeferson Salazar, compareceu ao evento e criticou o descaso do governo federal com o ensino público. “Não podemos esquecer os problemas que a universidade vem sofrendo. Não podemos deixar que a alegria nos faça esquecer os cortes de verbas, de bolsas de estudos e de recursos para manutenção, cultura e artes. A UFRJ, como maior universidade federal deste país, é a que mais sofre. Lamentavelmente, o que vimos no último domingo, 2 de setembro, foi um atentado contra a ciência, a cultura e a memória, não só da UFRJ e do país, mas da humanidade”, denunciou.
Por conta do trágico incêndio que destruiu o Museu Nacional, a direção da FAU-UFRJ cogitou em cancelar a comemoração do aniversário de 73 anos da faculdade. O apoio do Centro de Letras e Artes e da Reitoria foram determinantes para manutenção da programação, que se transformou em manifestação em defesa do Museu Nacional.
Além da homenagem aos professores que se despedem, foram dadas boas-vindas a dez novos docentes que iniciam carreira na FAU-UFRJ. Outro importante acontecimento foi a inauguração do novo espaço da biblioteca, no bloco D. O espaço que abrigava a Biblioteca Lucio Costa foi alvo da intervenção artística Ex.Vazio. A proposta é provocar a reflexão sobre o ressignificação e reocupação da área. Ex-alunos premiados da faculdade apresentaram, à tarde, seus projetos aos estudantes que sonham em seguir a carreira de arquiteto e urbanista.