Ermínia Maricato recebe Medalha de Ouro da FPAA
4 de novembro de 2020 |
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Seis brasileiros foram contemplados com o Prêmio FPAA, edição 2020, promovido pela Federación Panamericana de Associaciones de Arquitectos (FPAA). A arquiteta e urbanista Ermínia Maricato venceu na categoria Medalha de Ouro. A premiação, conferida a profissionais da arquitetura e urbanismo do continente americano, contou com dez categorias diversas e 143 candidaturas nas diferentes seções nacionais. A cerimônia de premiação será no dia 8 de novembro, quando o Presidente Executivo do O Arq., Antonio Moraes de Castro, fará a leitura da Ata Oficial do Prêmio.
Ermínia Maricato é professora aposentada da Universidade de São Paulo e teve sua indicação aclamada por quase cem arquitetas e arquitetos de todos os departamentos do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em função da relevância histórica de sua produção intelectual, de sua destacada atuação pública no âmbito de políticas urbanas e de sua efetiva atuação na construção de uma agenda do Direito à Cidade, movimento que extrapolou a academia e as instituições para ganhar discussões públicas e que busca da inclusão para as inúmeras periferias deste país. Nos últimos anos, vem liderando a criação de uma ampla rede de ação coletiva convergente em torno da agenda urbana, o projeto Br Cidades.
Hector Vigliecca, nascido em Montevidéu e naturalizado brasileiro, foi premiado na categoria Arquiteto das Américas. Vigliecca graduou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidad da La Republica (UDELAR), em 1968. Em 1975, Héctor mudou-se para o Brasil e trabalhou, em São Paulo, com o arquiteto Joaquim Guedes e foi chefe do Departamento de Arquitetura do Consórcio Nacional de Engenheiros Construtores (CNEC), onde fez projetos de grande porte, como a construção de novas cidades em vilas inundadas por barragens. Em seguida, inaugurou o escritório Padovano & Vigliecca Arquitetos, que manteve por sete anos e, em 1996, fundou o Vigliecca & Associados – em atividade. Paralelamente à carreira profissional, participa do meio acadêmico desde a década de 1970. Foi professor do curso de Arquitetura da UDELAR, em Montevidéu, e das universidades Mackenzie e UNIP, em São Paulo (de 1992 a 2012). Mantém-se como professor convidado e ministra palestras.
A categoria Arquiteto em Função Pública é de Gilson Paranhos, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UNB), em 1980. Sua trajetória profissional é marcada por uma importante participação nas entidades de classe, com destaque para a sua atuação no IAB. Ao longo dos anos no Instituto, ocupou os cargos de Presidente do Departamento do Distrito Federal, Presidente da Direção Nacional e atualmente é Conselheiro Vitalício da entidade. Atuou na criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU/BR, onde foi Assessor Especial da Presidência e Assessor de Relações Institucionais e Parlamentares. Entre 2015 e 2018, Paranhos atuou no serviço público no cargo de Diretor-Presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal, a CODHAB.
Dôra Alcântara recebeu Menção Honrosa na categoria Docência. Dora Monteiro e Silva de Alcântara (Rio de Janeiro, 1931) é arquiteta e urbanista, graduada em 1957, na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. Estudiosa da Azulejaria lusobrasileira, atua em defesa da preservação do patrimônio cultural e do ensino da arquitetura brasileira.
Próxima de completar 90 anos, atua como sócia titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), do Rio de Janeiro, de Petrópolis e do Paraguai como membro do Conselho Estadual do Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ) e sua representante no Conselho Estadual de Tombamento do Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac). Técnica em preservação patrimonial, arquiteta e técnica consultora do Iphan, foi, nesta instituição, responsável pela Coordenadoria de Proteção e pela Coordenadoria Geral de Bens Culturais e Naturais. Dora também é autora do livro Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão, publicado em 1980.
Vencedora da categoria Pesquisa e Teoria, Margareth da Silva Pereira nasceu em Cuiabá, em 1955, é arquiteta e urbanista, graduada em 1978, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ). Atualmente é professora convidada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, e professora titular da FAU/UFRJ onde atua como professora do Programa de Pós-graduação em Urbanismo e coordena o Laboratório de Estudos Urbanos. É pesquisadora nível 1 B do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq). Dentre as atividades administrativas de pesquisa foi Coordenadora do Curso de Especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Vice-decana do Centro de Letras e Artes da UFRJ, Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Urbanismo. Margareth Pereira vem realizando conferências em diversas instituições de ensino superior no Brasil e no exterior.
Além destas premiações, a CoOperativa de Arquitetos recebeu Menção Honrosa na categoria Habitar Popular. A Cooperativa dos Profissionais do Habitat do Rio de Janeiro é uma sociedade privada sem fins lucrativos, criada em 1990, por um grupo de profissionais de diversas áreas voltados para concepção e desenvolvimento de projetos e estudos de arquitetura, urbanismo, paisagismo e meio ambiente, com um olhar voltado principalmente para as questões de cunho social. Reúne arquitetos, engenheiros, geógrafos, e demais profissionais de nível superior dedicados a projetos, tecnologias e atividades relacionadas à cultura e ao habitat humano. Este ano, a CoOperaAtiva completa 30 anos de trabalho com foco na produção de projetos de cunho habitacional para população de baixa renda e na luta pela reforma urbana e pelo Direito à Cidade.
A FPAA é hoje uma instituição essencialmente democrática com uma concepção de integração americana, através do conhecimento recíproco e da ajuda mútua, representando as aspirações das Seções Nacionais que a compõem constituídas em Assembleia Soberana.
A premiação conta com as seguintes categorias: Medalha de Ouro; Arquiteto das Américas; Arquiteto em Atividade Privada; Arquiteto em Função Pública; Docência; Pesquisa e Teoria; Difusão da Arquitetura e Urbanismo; Atividade de União; Habitat Popular; Conclusão de Carreira.
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*Com informações do IAB – Brasil