As entidades de arquitetura e urbanismo do estado do Rio de Janeiro divulgaram nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, nota sobre as consequências desastrosas do temporal que atingiu Petrópolis. O grupo defende mudanças na maneira de produzir cidades, com especial atenção à ocupação de montanhas, fundos de vales e margens de cursos d’água.
Clique aqui para ler a íntegra do documento
Assinam o documento o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado do Rio de Janeiro (Sarj), a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (Abea), Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Rio de Janeiro (AsBEA-RJ), a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU Brasil) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ).
“A terra urbanizada, segura, livre de desastres, continua sendo um bem escasso, somente disponível para as camadas mais ricas da população. Para os demais, resta esperar que a chuva não seja muito intensa, sabendo que não restou outra opção a não ser permanecer em áreas de risco”, diz trecho da nota.
Os arquitetos e urbanistas, além de manifestarem sua solidariedade à população e a cidade de Petrópolis, propõem ações concretas para colaborar com a recuperação da cidade serrana, entre elas:
- Criar uma política pública preventiva, através da regulamentação e da implementação efetiva do Sistema de Defesa da Cidade, integrado ao Sistema de Planejamento e Gestão Urbana;
- Determinar a elaboração de planos de contingência;
- Indicar claramente quais são as áreas de risco, incluindo-as em um cadastro nacional, levando em consideração o plano de riscos do município elaborado em 2017;
- Garantir a realização de monitoramento contínuo e sistemático;
- Prever mecanismos, instrumentos e recursos para provisão de habitação e implementação de programas de melhorias habitacionais para quem precisa e não tem como arcar com os preços praticados pelo mercado;
- Orientar o crescimento urbano para áreas que não ofereçam risco à população.
Na terça-feira, 15 de fevereiro, fortes chuvas atingiram Petrópolis, na Região Serrana do Rio, causando a morte de dezenas de pessoas, vários deslizamentos, além dos prejuízos materiais. Em menos de seis horas, o acumulado de chuvas superou a média histórica do mês de fevereiro, com estações meteorológicas da cidade marcando 260mm (a média mensal é de 240mm).