Corroborando com as exposições dos meus companheiros, faço breves questionamentos essencialmente existencial:
O que é uma favela? Como elas surgiram? O que ela quer?
As Favelas brasileiras surgiram com a formatação que temos hoje no início do século XX e se acentuaram com a aceleração do êxodo rural rumo às áreas urbanas no decorrer do século XX acompanhada pela falta de planejamento social, econômico e urbano, e desde então só tem crescido, caracterizando-se pelo fenômeno histórico urbano de assentamentos informais de moradias precarizadas e carentes de serviços básicos, como saneamento, abastecimento de água potável, urbanização, eletricidade, segurança, além da falta de infraestrutura em geral e de regularização fundiária, entre outros problemas.
Na cidade do Rio de Janeiro a Reforma Urbana de Pereira Passos que empurrou a massa pobre da cidade ainda sangrando as feridas da escravidão morro acima nos arredores da cidade, quando surge também o codinome favela, trazidos pelos soldados pobres que voltavam da guerra de extermínio do igualmente povo mais que pobre “flagelados” do sertão de canudos.
De lá pra cá, pouco ou quase nada mudou, o estado continua usando as favelas como deposito de gente e rotulo de problemas sociais, usando a estratégia de dividi a favela e colocar o pobre para matar os seus iguais alimentado a arquitetura do caos periférico.
E a Rocinha o que é?
A Rocinha é uma favela como as demais do Brasil, nela também está viva o sentimento de unificação em sua história de resistência, existência, construção e solidariedade. É oportuno dizer para não glamourizar a miséria, que nela também está pressente e viva a exclusão social, a falta de infraestrutura, saneamento, urbanização déficit habitacional e de serviços básicos como saúde e educação que obrigam os seus moradores a viverem em condições subumanas.
É urgente fazer uma reparação com os seus moradores, é preciso leva adiantes programas de saneamento básico, urbanização, moradia e infraestrutura construídos pelo coletivo dos moradores e leva adiantes programa ensaiados como o PAC – ROCINHA em 2008 e mais recentemente o Programa Comunidade Cidade lançado em 2019 pelo então governo do estado Wilson Wiltzel que prometeu investimentos de 2 bilhões sendo cancelado no final de 2020 pelo seu sucessor Cláudio Castro.
Desde então a comunidade tem se mobilizado e dentro dos encontros comunitário para discutirmos os mais variados temas da comunidade, e os temas; déficit em saúde, educação, saneamento básico, urbanização, moradias, creches, infraestruturas e afins sempre vem a tona e dominam o debate, partindo desses temas recorrentes veio como solução única e viável a necessidade de exigirmos do governo do estado a retomada dos investimentos do Comunidade Cidade como único meio de sana o sofrimento causado pela precarização geral da comunidade que impactam diretamente na qualidade de vida do morador da Rocinha.
É chegado a hora de dizer basta! Queremos o que é nosso de direito, e nas palavras do professor Luiz Carlos de Toledo “basta, a Rocinha não pode mais ser enganada” queremos de volta o Programa Comunidade Cidade e os 2 bilhões em investimentos.
A favela é vida, arte, cultura, existência e existência, e o que quer é existir como parte da cidade com os mesmos direitos.
EXISTIMOS, QUEREMOS VIVER.
Severino Franco – Articulador Sociocultural