Em todo o mundo, celebra-se hoje o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Esta, porém, não é uma celebração qualquer. É um grito por direitos, entre eles o de amar e à vida. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 89 pessoas transgênero foram assassinadas no Brasil no primeiro semestre deste ano. Não à toa, o país lidera ranking de assassinatos de pessoas transgêneras nos últimos 10 anos.
Ainda segundo a Antra, os dados não refletem a realidade da violência transfóbica no Brasil, uma vez que a metodologia de trabalho possui limitações de capturar apenas aquilo que, de alguma maneira, torna-se visível. “É provável que os números reais sejam bem superiores”, afirmaram em entrevista concedida à Agência Brasil e publicada neste domingo, 28 de junho.
Em nota publicada no site e redes sociais, o Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) destaca que a luta pelo fim do preconceito e pela inclusão da população LGBTQIA+, outrora criminalizada, exige reparação histórica. Para a entidade, é passada a hora de promover cidades plurais, garantido a liberdade do desejo e o direito à vida segura e digna das diversas populações que nelas habitam, sejam lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, querr, intersexuais, assexuais, agêneros, ou aqueles que praticam qualquer outra forma de amar e de se identificar.
“Precisamos questionar de que maneira o trabalho de arquitetos, arquitetas e urbanistas mantém a prerrogativa heteronormativa opressora que contribui para a propagação da violência de grupos dominantes. Por isso o IAB entende como um dever da classe não apenas apontar e sublinhar a letalidade dessa lógica perpetuada em nossos tecidos urbanos, mas investigar maneiras alternativas, justas e mais plurais, de construir o espaço das nossas cidades que deveriam ser de todos, de todas e de todes”, diz trecho da nota do IAB-RJ.
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Para o presidente do CAU/RJ, Jeferson Salazar, o Dia do orgulho LGBTQIA+ representa uma luta humanitária importante, justa e de todos. “O preconceito é uma doença social das mais antigas e perversas. Há cura para a sociedade. Mas, para isso, precisamos estar unidos e em sintonia fina contra a desumanização dos afetos. Tem que ser uma luta de todos e de todas: pessoais, coletivas e institucionais. Juntos, somos mais e fortes”, afirmou.
O Dia do orgulho LGBTQI+ é celebrado no dia 28 de junho por causa da revolta de Stonewall, amplamente considerada como o nascimento do movimento do Orgulho LGBT. As revoltas eclodiram nas ruas de Manhattan em 1969, quando a polícia reprimiu os espaços LGBTI+ – em particular o popular bar gay “Stonewall Inn”, na área de Greenwich Village – algo que não seria mais tolerado pelas comunidades gays, que revidaram jogando pedras e marchando pelas ruas.