O Dia do Arquiteto e Urbanista foi celebrado pelo CAU/RJ no dia 14 de dezembro, pela primeira vez, de forma híbrida. Na cerimônia, foi apresentado um rápido balanço das ações do Conselho ao longo do ano, houve homenagem aos profissionais que nos deixaram em 2021, além do anúncio dos contemplados em diversos editais e premiações do Conselho. O ponto alto da noite foi a revelação da vencedora do Grande Prêmio Grandjean de Montigny: Lilian Silva Costa, com o projeto “Reforçando Centralidades: O Caso do Terminal Multimodal Intermunicipal no Gradim”.
O presidente do CAU/RJ, Pablo Benetti, abriu o evento lembrando que 2021 ainda foi um ano marcado pela pandemia da Covid-19 e ressaltou algumas batalhas enfrentadas pelo Conselho, como a da intenção de construir um autódromo na Floresta do Camboatá, da ameaça de venda do Palácio Gustavo Capanema e da troca de nome do Parque Dois Irmãos, que não se concretizaram. Ele também compartilhou alguns planos para o próximo ano. “Criamos algumas sementes que espero que frutifiquem, como o Grupo de Trabalho (GT) de Tecnologia. Estamos obcecados com a ideia de um software livre, que realmente facilite o exercício profissional, do GT de Arquitetura Popular, com a ideia de novos campos de atuação profissional. Esperamos fortalecer a atuação dos fóruns junto à sociedade. Teremos também o CAU Itinerante rodando o estado inteiro”, afirmou.
A Conselheira Federal do CAU Brasil pelo Rio de Janeiro, Maíra Rocha, lembrou que 2021 foi um ano ainda difícil, mas no qual começamos a ensaiar uma reaproximação. Ela ressaltou o diálogo com a plenária do Rio de Janeiro, os conselheiros, as comissões e os funcionários do CAU/RJ e lembrou algumas ações. “O ano foi marcado por lutas muito importantes como a defesa do salário mínimo profissional, combate ao avanço da precarização do ensino pela ampliação da formação a distância, defesa das atribuições privativas, a estabilização do Siccau e modernização dessa plataforma e a valorização da arquitetura e urbanismo como uma ferramenta de transformação das nossas cidades. Essas são pautas de defesa e luta permanentes”, afirmou a conselheira que participou do evento de forma virtual.
O coordenador do Colégio de Entidades de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Nunes Ferreira também participou da mesa de abertura e destacou as perdas de grandes nomes da arquitetura em 2021 e a união das entidades neste momento atípico. “Foi um ano de muitas perdas e, por outro lado, muitas conquistas também. Nós que estamos aqui temos a responsabilidade de levar as conquistas adiante em nome de todas as perdas para a Covid, em nome da democracia, da cultura, da arte, do patrimônio e da arquitetura e urbanismo”, disse.
Na cerimônia, foram homenageados alguns arquitetos e urbanistas que morreram em 2021: Vera Hazan, Mario Azevedo, Fernando Betim, Jorge Hereda, Geraldo Oliveira Lopes, João Oliveira, Marilia Gutierrez, Jaime Lerner, Ruy Otake, Paulo Mendes da Rocha.
Premiações
A comemoração do Dia do Arquiteto e Urbanista do CAU/RJ foi marcada pela entrega de premiações. Foram anunciados os projetos contemplados nos editais Demetre Anastassakis (Seleção Pública de Projetos de Apoio à Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social), Ítalo Campofiorito (Patrocínio Cultural), além do prêmio CAU+Mulheres e o Grande Prêmio Grandjean de Montigny.
O vice-presidente do CAU/RJ Lucas Faulhaber foi o responsável pelo anúncio dos contemplados no edital de Athis. Ele explicou que, desde 2018, o CAU/RJ destina parte de seu orçamento (atualmente 3%) para difusão de Athis, além de atuar para a implementação da assistência técnica de forma permanente e estruturada, em diálogo com prefeituras e o governo do estado. “O CAU tenta cumprir sua missão de difusão dessa modalidade. Por meio de editais de fomento não estamos estabelecendo uma política pública, mas difundindo a Athis como uma solução para a redução do déficit habitacional”, afirmou. Sete projetos foram selecionados no Edital Demetre Anastassakis. Confira a lista completa aqui.
Já o Programa de Patrocínio Cultural selecionou apenas um projeto em sua primeira chamada, o FavelaPod: lajes fluminenses, proposto pelo Observatório de Favelas do Rio de Janeiro. Como foram disponibilizados R$ 130 mil para o programa, uma segunda chamada foi aberta. O resultado foi divulgado na quinta-feira, 16, com mais quatro projetos selecionados. Confira a lista completa aqui.
A vice-presidente do CAU/RJ Noêmia Barradas destacou a frutífera parceria com o Observatório das Favelas em outras edições e explicou a escolha do nome do edital. “O CAU tem tido como tradição homenagear arquitetos nos seus editais. Este ano o patrocínio cultural homenageia Ítalo Campofiorito, um arquiteto que, ao longo de sua trajetória, se envolveu com várias linguagens das artes e a valorização do patrimônio e da cultura”.
A também vice-presidente do CAU/RJ e coordenadora da Comissão de Equidade e Diversidade, Luciana Mayrink foi uma das responsáveis por anunciar o resultado do prêmio CAU+Mulheres, ao lado das conselheiras Natália Cidade e Lucineia Lopes. Com objetivo de dar visibilidade às profissionais arquitetas e urbanistas nas múltiplas áreas de trabalho em que atuam, a premiação é composta por cinco categorias: Projeto Arquitetônico; Projeto de Arquitetura de Interiores; Projeto Urbanístico; Projetos de Arquitetura para Situações de Emergências; e Estudos Teóricos (teses, dissertações, livros e publicações).
Luciana Mayrink lembrou que a Comissão de Equidade e Diversidade foi criada para ampliar as discussões que já existiam no Conselho sobre questões de gênero na profissão. “Trouxemos o recorte de raça, de sexualidade, tentando fazer com que as arquitetas e os arquitetos e urbanistas se sintam acolhidos pelo CAU. Esperamos que esse mesmo movimento aconteça com a premiação”, antecipou. Confira o resultado aqui
Grandjean de Montigny
Lilian Silva Costa foi a vencedora da sexta edição do prêmio Grandjean de Montigny, com o projeto “Reforçando Centralidades: O Caso do Terminal Multimodal Intermunicipal no Gradim”. Nina Zonis ficou em segundo lugar com o trabalho “Grandes Hotéis Centrais no Rio de Janeiro (1908-1922) – da construção ao arrasamento dos edifícios” e em terceiro, Laura Ribeiro Lucero Frias, com Casa Cura – Arquitetura afetiva para vítimas de violência contra a mulher.
A coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/RJ, Tanya Collado e o conselheiro Vicente Alvarenga apresentaram o resultado. A vencedora deste ano será premiada com viagem de estudo a um país latino-americano, além de R$ 7 mil para ajuda de custos. As autoras dos projetos classificados em 2º e 3º lugares receberão R$ 5 mil e R$ 3 mil, respectivamente, para viagem de estudos.
Concorreram ao prêmio os trabalhos agraciados em primeiro lugar nas diversas categorias do 38º Prêmio Arquitetas e Arquitetos do Amanhã, promovido pelo Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ). Foram seis categorias: Edificações; Interiores e Design; Urbanismo, Planejamento e Cidades; Técnicas e Tecnologia, Cultura Arquitetônica, Arquitetura Humanitária – Prêmio Vera Hazan. O tema deste ano foi “Todos os Mundos, Um só Mundo”. Os projetos foram julgados por uma comissão formada pelos arquitetos e urbanistas Carlos Fernando Andrade, Mônica Virgílio e Rodrigo Simão.
“O Trabalho Final de Graduação (TFG) é, de fato, o coroamento dos nossos egressos, considerado pela própria diretriz curricular nacional como o terceiro elemento componente da formação: conteúdos básicos, conteúdos profissionalizantes e o TFG. E, nesse momento, temos algumas transformações indesejáveis que têm levado a minimizar o TFG. A CEF quer encerrar esse primeiro ano de atuação no CAU/RJ marcando o combate da precarização da formação do arquiteto e urbanista, principalmente nas atuais condições de ensino remoto”, declarou Tanya Collado. Saiba mais sobre os projetos aqui.
Assista a cerimônia na íntegra:
