Dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Idealizada em 1971 por um grupo de jovens universitários negros, a data foi oficializada pela lei nº 12.519 de 2011 e foi escolhida para homenagear Zumbi, líder do Quilombo de Palmares, que morreu nesse dia, em 1695, destacando o protagonismo da luta dos ex-escravizados por liberdade e gerar reflexão para as questões raciais. A Lei também determinou a inclusão de “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar. Após 131 anos do fim da escravidão, o racismo ainda está presente na sociedade brasileira.
Na Arquitetura e Urbanismo, o cenário não é muito diferente. Um levantamento do CAU/BR, no ano de 2020, mostra que apenas 4,33% dos arquitetos e urbanistas se autodeclaram negros. A Comissão de Equidade e Diversidade do CAU/RJ foi criada este ano, com objetivo de promover a igualdade entre os arquitetos e urbanistas, independentemente de gênero, sexualidade, raça ou classe, em todas as instâncias do Conselho e em seu relacionamento com a sociedade. De acordo com a coordenadora do grupo, a arquiteta e urbanista Luciana Mayrink, a iniciativa visa ainda à defender que a representatividade da diversidade esteja presente no cotidiano, na história, na política e na prática da Arquitetura e Urbanismo como contribuição para o desenvolvimento da sociedade e para a promoção da justiça social.
Pensando na falta de representatividade de arquitetas e urbanistas negras no mercado brasileiro, começaram a surgir projetos para dar visibilidade para os profissionais. O Arquitetas e Arquitetos Negros pelo Mundo é um projeto do Grupo de Pesquisa Lugar Comum do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (PPGAU-UFBA) que, por exemplo, realiza um mapeamento da presença negra nos campos da Arquitetura, Urbanismo e Planejamento Urbano. O objetivo é construir um banco de referências que represente profissionais de diferentes nacionalidades, locais de formação e atuação. Quem desejar contribuir pode acessar o formulário aqui.
Neste dia, o CAU/RJ reafirma a importância da representatividade negra na Arquitetura e no Urbanismo. Precisamos reconhecer a cultura negra como parte integrante essencial da cultura brasileira, ampliando a discussão e conscientização sobre o problema do racismo e da exclusão dos negros na sociedade brasileira.