Conferência CAU/RJ de Arquitetos e Urbanistas: Reestruturação urbana e as cidades do futuro
31 de outubro de 2013 |
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Projetos precisam impulsionar transformações sociais benéficas, avaliou Pedro Rivera
(Fernando Alvim / Divulgação CAU/RJ)
A necessidade de incentivar projetos que levem em conta a dinâmica interna das sociedades e produzam novos ciclos econômicos e sociais foi enfatizada na mesa que abordou o tema “Reestruturação Urbana”, durante a Conferência CAU/RJ de Arquitetos e Urbanistas, realizada nesta quinta-feira (31/10), na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro do Rio.
Abertura da Conferência CAU/RJ destaca papel social dos arquitetos e urbanistas
Na opinião do arquiteto Pedro Rivera, diretor da Studio X Rio, pautado em modelos que remontam à reforma do prefeito Pereira Passos, no começo do século XX, quase toda centrada em demolições e aos projetos da década de 60 que removeram favelas e criaram centros habitacionais nas periferias, o atual processo de urbanização precisa buscar ser o real impulso de transformações sociais benéficas.
“Já passamos da era em que investimentos nas comunidades carentes, por exemplo, tinham o propósito de legitimá-las ao mesmo tempo em que procuravam coibir o seu crescimento. Este foi o caso do programa Favela Bairro. Agora, a conjuntura exige a consideração de fatores que façam do espaço urbano um ponto de desenvolvimento”, opinou Rivera.
Mediado pelo conselheiro do CAU/RJ Fernando Alencar, moderador da mesa, o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA, Vicente Giffoni, falou da importância de desenvolver uma concepção arquitetônica em que as edificações interajam com o ambiente externo, integrando-se harmoniosamente ao entorno urbano. Entre vários exemplos de prédios que seguem este modelo, ele citou o restaurante Zozô, na entrada do Pão de Açúcar, hoje totalmente integrado à paisagem da Praia Vermelha.
“Nosso compromisso não deve ser o de fazer boa arquitetura apenas, mas realizar intervenções que tenham em vista a flexibilidade de uso das edificações e o aproveitamento das características locais”, advertiu Giffoni.
Outro palestrante da mesa “Reestruturação Urbana”, o arquiteto João Pedro Backheuser — sócio-gerente da Blac-Backheuser e Leonídio Arq. e Cidade — trouxe exemplos históricos de urbanizações bem-sucedidas, como em Londres, Praga e Seul. De acordo com Backheuser, as cidades do futuro serão compactas, ou seja, não devem expandir-se desenfreadamente sem que se resolva a infraestrutura na qual estão inseridas.
“As cidades precisarão ser bem projetadas, buscar um padrão de carbono-zero, ser sustentáveis energeticamente e de fácil mobilidade”, pontificou.
Primeiro evento do Conselho a reunir grandes nomes da área e profissionais do Estado do Rio de Janeiro, a Conferência CAU/RJ de Arquitetos e Urbanistas apresenta temas emergentes no universo da Arquitetura e Urbanismo, como reestruturação urbana, mobilidade e acessibilidade, patrimônio histórico e a organização da categoria. A Conferência acontece entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro, na sede da Firjan, com inscrição gratuita.
Arquitetos e urbanistas do Brasil e de outros países oferecem um panorama abrangente sobre experiências bem sucedidas de intervenções urbanas que buscam garantir o direito das populações às cidades, além de um retrato da estruturação de conselhos de arquitetura pelo mundo. Confira a programação completa e participe: http://www.conferenciacaurj.com.br/