Conferência CAU/RJ de Arquitetos e Urbanistas: o cenário panamericano das organizações profissionais
1 de novembro de 2013 |
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Mesa Conselhos apresentou um retrato da organização profissional dos arquitetos na A. Latina e nos EUA
(Fernando Alvim / Divulgação CAU/RJ)
Um pequeno retrato da profissão de arquiteto na América Latina e nos EUA — tanto no que diz respeito à formação, como no tocante à atuação profissional. Isto foi o que, em síntese, os conferencistas da sessão “Conselhos” deram aos participantes da Conferência CAU/RJ de Arquitetos e Urbanistas nesta sexta-feira (1º/11), na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro do Rio.
Confira como foram as demais mesas da Conferência CAU/RJ:
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Como mediador da mesa, o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, iniciou os trabalhos passando a palavra a João Suplicy, presidente da Federación Panamericana de Entidades de Arquitectos – FPAA, que hoje possui 32 seções nacionais agrupadas em cinco regiões geográficas do continente americano: Norte, Cone Sul, América Central, Caribe e Região Andina. Suplicy destacou o fato de que, em vários países das Américas, os órgãos ligados à profissão de arquiteto são emergentes — daí a importância de os arquitetos se fazerem presentes nelas, para fomentar o debate. “O Brasil tem muito a ganhar com o intercâmbio com os profissionais dos países integrantes da FPAA”, opinou.
Gerardo Montaruli, presidente da Federación Argentina de Entidades de Arquitectos, apresentou o funcionamento da entidade e a configuração das oito regiões que compõem o cenário do país, assim como a legislação que rege o trabalho dos arquitetos. Ele ressaltou o fato de os profissionais da área marcarem presença nos debates públicos e informou que, atualmente, há 61 mil arquitetos na Argentina, dos quais 43 mil estão em plena atividade. “As 26 faculdades do país formam, por ano, aproximadamente mil novos profissionais”, disse Montaruli.
Por sua vez, o vice-presidente do American Institute of Architects, Miguel Ángel Rodríguez, traçou um minucioso panorama da formação dos arquitetos nos EUA, sustentada em dois pilares principais: experiência técnica e exame final. Rodríguez informou que o estudante de arquitetura passa de 5 a 7 anos na universidade, depois precisa ter 3 ou 4 anos de experiência comprovada, para somente então submeter-se ao exame final que assegura a sua certificação. O diploma é conferido pelos estados (ao todo, são 54), porém há instituições privadas que contribuem decisivamente para manter o elevado padrão da profissão, como por exemplo o American Institute of Architecture Students.
“O jovem arquiteto americano tem 35 anos, em média. A sua formação é longa”, afirmou Rodríguez.
Germán Betancourt, membro do Conselho Honorário da Federação Panamericana de Associações de Arquitetos falou sobre a situação colombiana no contexto da Região Andina e também acerca da importância do intercâmbio entre os países. Após a sua fala, a assessora especial da Presidência do CAU/BR, Mirna Lobo, fez um relato histórico sobre a criação do CAU-BR e trouxe dados significativos do trabalho da entidade nacional, como o censo que compôs um retrato fiel da presença dos arquitetos em todas as regiões brasileiras (ao todo, hoje são 107 mil) e das instituições de ensino.
“Outra informação relevante é que atualmente, 86% dos municípios brasileiros têm arquitetos atuantes”, frisou Mirna.