O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, CAU/RJ, realizou na última terça-feira, 30/04, debate sobre os principais projetos de revitalização do Centro do Rio. Com a palestra do conselheiro do CAU/RJ, Carlos Fernando de Souza Leão Andrade, e a presença de cerca de 30 arquitetos urbanistas, o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, afirmou que o encontro foi pensado para discutir com os colegas arquitetos o conteúdo técnico dos projetos e a partir disso, criar novos fóruns com membros da sociedade. “O importante destes debates é criar as condições para salvaguardar a própria sociedade para conhecimento dessas intervenções de ordem públicas”, avaliou o presidente.
O conselheiro Carlos Fernando de Souza Leão Andrade, mestre e doutor em urbanismo com ambas as teses sobre o Rio de Janeiro, fez um apanhado histórico sobre projetos de urbanização da cidade desde 1945, e falou da sua preocupação com os projetos apresentados atualmente e com a falta de uma política integrada para pensar a cidade, que consequentemente gera problemas na utilização do espaço público. O ponto final do BRT no aeroporto Santos Dumont foi discutido, pois a continuação até o Leme permitiria um rápido deslocamento do Centro para a zona sul da cidade; além de prever um mergulhão sob o Aterro do Flamengo que é um bem tombado. Outro tema discutido foi o fechamento da Avenida Rio Branco. O Conselheiro classificou a palestra como um desabafo sobre os projetos para a cidade. “Que a gente consiga, com o CAU e com as Entidades amigas, costurar alguma crítica e tentar que a Prefeitura seja sensível com a sua própria cidade”, desejou o Conselheiro.
Para o Conselheiro Fernando Alencar, “um projeto dessa importância deve ser precedido de relatório de impacto e de simulação da sua dinâmica. O desafio é encontrar as ações adequadas para serem implementadas pelo CAU-RJ e eventualmente os instrumentos legais que as amparem”.
Com a importância do tema e a urgência dos fatos, ao encerrar o encontro, o presidente Sydnei Menezes afirmou que o CAU/RJ vai oficiar a Prefeitura da cidade para que os projetos sejam apresentados. “A obra não pode começar sem que se veja o projeto e se conheça o seu autor. Queremos conhecer o projeto e discuti-lo porque vemos questões muito graves em uma intervenção brutal como essa”, concluiu o palestrante Carlos Fernando.