CAU/RJ é contra desmatamento da Floresta do Camboatá para construção de novo autódromo no Rio de Janeiro

O custo da construção do novo autódromo do Rio de Janeiro vai além dos cerca de R$ 697 milhões, estimados pela Prefeitura. A Floresta do Camboatá, em Deodoro, local escolhido para construção do equipamento automobilístico, é um patrimônio ambiental inestimável, que não pode ser desprezado, ainda mais para a construção de mais um equipamento esportivo que promete, como tantos outros, se tornar subutilizado.

O terreno onde se pretende construir o autódromo é o único fragmento bem preservado, acima de 100 hectares, de mata de terras baixas na cidade do Rio. A floresta, além de refúgio de animais ameaçados de extinção, funciona ainda como reservatório de água, impedindo o alagamento do seu entorno, além de ator fundamental na amenização do clima da região, com influência em bairros vizinhos. Cabe destacar que os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) apontam quatro alternativas locacionais para a obra, demonstrando que não há necessidade de destruir esse importante ecossistema encrustado na Zona Norte do Rio.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) é contra ao desmatamento da Floresta do Camboatá para construção do novo autódromo do Rio de Janeiro ou qualquer outro empreendimento naquela localidade. E, ainda, defende que o tema seja discutido amplamente com a sociedade e técnicos nos fóruns adequados. A decisão de onde, como e quando construir o novo equipamento esportivo deve ser embasada em estudos técnicos, acompanhado de planos de utilização da infraestrutura a ser construída. Isso tudo, sempre levando em conta as prioridades do investimento público de um município onde milhares de cidadãos vivem em condições de precariedade, sem seus direitos à cidade, à moradia e à saúde efetivamente garantidos.