A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra responsáveis por apresentar estudo de impacto ambiental falso para licenciamento do autódromo de Deodoro é grave e deve ser rigorosamente apurada. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) condena a utilização de estudos falsos para obtenção de licenciamento para obras no estado e destaca importância da obediência às legislações urbanística e ambiental para construção de cidades mais democráticas.
O MPRJ lista como omissões e informações falsas apresentadas pela empresa Terra Nova Escritório de Projetos Ambientais e dois de sus coordenadores a inconsistência na análise das alternativas locacionais, ausência de exame detalhado da hidrografia e do apontamento sobre a existência de Área de Preservação Permanente (APP), além de conter obscuridade quanto aos impactos socioeconômicos.
Lembramos que, em abril de 2020, ambientalistas e pesquisadores do movimento SOS Floresta do Camboatá questionaram o EIA-RIMA para a construção do autódromo. O movimento afirmou que o Relatório de Impacto Ambiental estava prejudicado porque a prefeitura não analisou o Estudo de Impacto Ambiental do projeto, um dos principais instrumentos utilizados para o planejamento ambiental, avaliação de impactos e delimitação da área de influência. O documento foi amplamente divulgado, inclusive nos canais de comunicação do CAU/RJ.
O Conselho reafirma posição contrária à construção do novo autódromo do Rio de Janeiro ou qualquer outro empreendimento naquela localidade, que guarda patrimônio ambiental inestimável. Condena, ainda, a utilização de estudos falsos para a construção do equipamento.
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