Arquitetura e Urbanismo para todos: Inadequação e falta de moradias pioram no Brasil
Estudo encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) mostra que as mulheres foram as principais responsáveis por domicílios caracterizados como déficit
11 de março de 2021 |
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Pesquisa da Fundação João Pinheiro revela o tamanho do desafio para a indústria da construção civil, incluindo arquitetos e urbanistas, no Brasil . O déficit habitacional foi estimado em 5.876.699 domicílios para 2019 (8% do total). Mais 24 milhões de domicílios apresentaram ao menos um tipo de inadequação (infraestrutura, edilícia e de inadequação fundiária) no Brasil. “Ao contrário do déficit, a inadequação não envolve a substituição de domicílios. Aqui, a gente foca na qualidade da habitação, passíveis de melhora”, explica Frederico Poley, coordenador da pesquisa Déficit Habitacional e Inadequação de Moradias no Brasil (2016 a 2019).
Estudo encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) mostra que as mulheres foram as principais responsáveis por domicílios caracterizados como déficit. Com o crescimento da representação feminina, em 2019, cerca de 62% dos responsáveis por domicílios caracterizados como ônus excessivo com aluguel urbano eram mulheres, enquanto, no componente coabitação, elas eram 56%.
Déficit habitacional é a soma de moradias caracterizadas como domicílios precários, coabitação e domicílios com elevados custos com aluguel. Os domicílios precários cresceram de 1.296.754 em 2016 para 1.482.585 em 2019. No país a região Nordeste contribui com mais de 42% do total das habitações precárias, seguida pela região Norte, com 20,9% desse tipo de habitação. Porém, o ônus excessivo com aluguel urbano foi o principal componente do déficit. Passou de 2,814 milhões de domicílios em 2016 para 3,035 milhões em 2019.
“Para a população de baixa renda, grande parte desse ônus excessivo acontece no mercado informal, e as regras desse mercado são diferentes das do mercado formal, entre outros aspectos, pela dificuldade em se acessar instrumentos como os fornecidos pelo poder judiciário”, explica o coordenador da pesquisa. As regiões Sudeste, Nordeste e Sul foram as que mais contribuíram para o aumento do componente entre 2016 e 2019.
Já a inadequação domiciliar envolve a qualidade dos serviços habitacionais, que precisam de melhorias, não de substituição. Esse de tipo de habitação também cresceu, passando de 23 milhões para 24,8 milhões. Nos estados do Acre, Amapá e Pará, mais de 80% dos domicílios são considerados inadequados. Em São Paulo, esse índice é de 22%. Em Minas Gerais, que possui a menor percentagem no país, esses domicílios representam 18% do total.
O CAU defende moradia digna para todos os brasileiros!
Fonte: CAU/BR