Arquitetos e urbanistas defendem tombamento da Praça Mário Lago
O espaço foi palco de manifestações políticas de parlamentares nos anos de 1980
19 de março de 2020 |
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A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, na terça-feira, 17 de março, projeto que tomba a Praça Mário Lago, mais conhecida como Buraco do Lume, no Centro do Rio de Janeiro. O governador Wilson Witzel tem 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. A decisão da Alerj foi parabenizada pelos integrantes do Fórum de Patrimônio Cultural do CAU/RJ. Em nota, o grupo diz que a medida garantirá a presença do espaço público de grande importância cultural para a cidade que está sob ameaça de ocupação.
O prefeito Marcelo Crivella enviou ao Legislativo, em 2019, projeto que restaura os parâmetros urbanísticos da região que vigoraram antes de 1986. À época, a legislação permitia construção de prédios de 20 andares ou mais no local. A especulação imobiliária, com apoio da prefeitura, é criticada por urbanistas, que defendem a revitalização da área, com forte estímulo às atividades culturais. De acordo com o projeto aprovado pela Alerj, serão permitidos apenas “equipamentos destinados a atividades culturais, vedada qualquer outra destinação”.
Confira, abaixo, a íntegra da nota do Fórum de Patrimônio Cultural do CAU/RJ:
“O CAU/RJ apoia o tombamento do Buraco do Lume, tendo em vista tratar-se de lugar tradicional da vida social e política da cidade, que abrigou manifestações políticas de parlamentares nos anos 1980.
O espaço, nos anos 1970, pertenceu ao antigo Banco do Estado da Guanabara (BEG), que comprou a área para ali dar continuidade ao projeto de construção de um prédio corporativo com 20 pavimentos, do grupo Lume, que havia falido. O nome “buraco do Lume” foi originado nesse momento, quando jaziam no local as escavações decorrentes das obras de fundação e subsolo do prédio que jamais foi construído.
Nos anos 1980, o local passou a abrigar a atual Praça Mário Lago, anteriormente chamada de Melvin Jones.
O tombamento garantirá a presença do espaço público de grande importância cultural para a cidade, que está sob ameaça de ocupação, tendo em vista a intenção da prefeitura de retomar o projeto para sua ocupação por um prédio de 20 pavimentos.”