Arquiteto brasileiro projeta equipamento de higienização e informação sobre coronavírus em competição de design
16 de junho de 2020 |
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A competição internacional “Coronavirus Design” surgiu em meio à pandemia como forma de refletir como o design pode ajudar a enfrentar a situação emergencial da Covid-19. A premiação foi lançada pelo Center for Design da Northeastern University, em Boston. Entre os 100 candidatos selecionados de todo o mundo, o arquiteto e urbanista brasileiro Leonardo Dias concorre com a proposta de um totem urbano informativo que auxilia na higienização da população.
A premiação, promovida pela plataforma Go Architect, realizou, durante o processo, um levantamento internacional sobre os novos hábitos e necessidades da população. No Brasil, mais de 2 mil pessoas participaram da pesquisa. Os dados coletados são úteis para o desenvolvimento de propostas e ideias.
O projeto, lançado no Estados Unidos, tem sua versão brasileira coordenada por Denise Dantas, líder do grupo de pesquisa Design em Ação, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) e conta com o Museu da Casa Brasileira em sua etapa final. A etapa “Desafio Internacional Semeando Ideias” incentiva os trabalhos a considerarem as vulnerabilidades mais diversas e como estas pode ser minimizadas por meio de soluções com grande alcance social. O intuito é movimentar essas ideias e compartilhá-las para reprodução em realidades de outros países.
A proposta de Leonardo Dias, batizada de ““R.I.P – Requiescat in Pace (To Remember. To Inform. To Protect.)” apresenta algumas funções principais: higienizar as mãos; erguer um memorial às vítimas e, conscientizar os cidadãos sobre a importância das medidas preventivas pela humanização das de vítimas; informar as medidas de proteção mais eficazes, além de informar dados atualizados da pandemia.
O totem é projetado por meio de grandes painéis de LED e tem duas formas diferentes de implantação. O módulo único é viável para colocação em locais mais estreitos ou de alto tráfego de pessoas. Já a versão em quatro módulos é adequada a grandes espaços abertos, como praças e possíveis eventos pós-pandemia.
De acordo com o arquiteto e urbanista, o projeto prevê, ainda, a instalação de placas solares no topo de cada módulo, como forma de armazenar e gerar energia total ou parcial para o sistema. Além disso, outros dispositivos poderiam ser incrementados, como sensores de temperatura corporal, higienização por meio de raios ultravioleta, câmeras de segurança e chamada de emergência. A ideia é que a proposta se torne um equipamento comum público.
A competição atua em colaboração com o Covid-19 Response Fund do Center for Disaster Philanthropy (CPD). Porém, como forma de viabilizar a presença desse equipamento ao público, investimentos por parte de empresas ou iniciativas do governo poderiam ser feitas para patrocinar sua fabricação e manutenção.