A Semana de Arquitetura e Urbanismo do CAU/RJ encerrou com o 1º Encontro de Ensino e Formação. As atividades foram realizadas no Museu da República. A coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/RJ, Cris Reis, contou que o evento nasceu a partir do Fórum das Escolas, realizado pelo Conselho duas vezes ao ano e buscou debater temas como o Ensino a Distância (EaD) na arquitetura e urbanismo, além das relações de trabalho e estágio. Ao lado dela, na mesa de abertura, também estavam o presidente do CAU/RJ, Pablo Benetti, a representante da Fenea Fernanda Gomes, e o diretor da Abea, Carlos Eduardo Nunes-Ferreira.
A primeira mesa do dia tratou de dois temas que, segundo a conselheira do CAU/RJ Tanya Collado são complementares e têm demandado muito tempo e esforço dos coletivos que lidam com educação: EaD e as Diretrizes Curriculares Nacionais. Cláudio Ribeiro, integrante do Grupo de Trabalho do CAU/RJ que realizou pesquisa sobre o ensino remoto durante a pandemia, apresentou os resultados do levantamento. Ele ressaltou que a pandemia ajudou a fortalecer esta modalidade de ensino, com maior impacto no ensino básico. A pesquisa também demonstrou que os estudantes tiveram baixo nível de aprendizagem, enquanto o nível de satisfação dos professores também foi insatisfatório.
Carlos Eduardo Nunes-Ferreira apresentou as Diretrizes Curriculares Nacionais para Arquitetura formuladas por entidades de ensino, que enfatizam o ensino presencial e trazem outras propostas como uma visão menos colonizada da história e do patrimônio artístico cultural, com uma nova ética socioambiental, em busca de uma cidade mais inclusiva, entre outros apontamentos. A coordenadora do curso de arquitetura e urbanismo da UFF, Ana Amorim, falou sobre os desafios enfrentados durante a pandemia e afirmou que o ensino remoto ressaltou a profunda discriminação e estratificação social que existem no país. Já Fernanda Gomes, da Fenea, estimulou o público a pensar o que torna o Ead tão atrativo e questionou quem vai “pagar a conta” pela defasagem profissional gerada no período pandêmico.
Em seguida, a coordenadora da CEF/RJ mediou a mesa Transição ao mundo do trabalho – o papel do estágio supervisionado com Fernanda Gomes, Sonia Lopes, da Asbea, e Carlos Eduardo Nunes-Ferreira, coordenador de estágios na UFRJ. O assédio e a supervisão dos estágios foram alguns dos temas debatidos. A última roda de conversa do dia foi sobre formação na prática, com a participação de Maurílio Pimenta, Tatiana Zanetti e Laura Vida, do escritório modelo Rizoma, da Unesa Petrópolis; Conrado Carvalho, professor da disciplina de canteiro experimental da FAU/UFRJ e Maria Clara Jaber de Matos, do escritório modelo Abricó, da UFRJ e mediação do vice-presidente do CAU/RJ, Lucas Faulhaber.
Homenagem à Margareth Pereira
Após os debates, as conselheiras Cris Reis, Tanya Collado e o diretor da Abea, Carlos Eduardo Nunes-Ferreira, conduziram uma plenária final, com um resumo das discussões do dia e encaminhamentos sobre EaD, estágio, extensão e diretrizes curriculares, que serão apresentados em documento a ser elaborado. O evento se encerrou com uma homenagem à professora Margareth Pereira que agradeceu a todas as pessoas que a formaram como professora e como indivíduo. “Ao olhar para o passado, vejo que sou resultado de 30 anos de políticas públicas”, observou.
A conselheira Tanya Collado afirmou que a homenagem marca uma nova jornada de valorização na CEF dos arquitetos e urbanistas professores. Já o presidente do CAU/RJ, Pablo Benetti, destacou o magnetismo exercido pela professora Margareth. “Você é uma encantadora de serpentes do conhecimento”, comparou.