Preocupa à atual presidência do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) a prática sistemática de disseminação de FAKE NEWS nas redes sociais, com objetivo de desqualificar a atual gestão desta autarquia. A enquete sobre a transferência da sede do Conselho para o imóvel do antigo Colégio Jacobina é um exemplo recente. A pesquisa foi postada em diversas páginas do Facebook e em grupos de WhatsApp de associação de moradores dos bairros cariocas, espaço em que o CAU não está presente.
Antes da aquisição da sede, o conselho prospectou junto ao Fundo Único da Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Rio Previdência), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Secretaria do Patrimônio da União (SPU), entre outros entes públicos, a possibilidade de ocupação de imóveis que estivessem destinados à alienação ou cessão de uso. Infelizmente, nenhum imóvel apresentado atendia às necessidades do Conselho, e/ ou eram viáveis em função do elevado custo para sua reabilitação. Optou-se, portanto, em seguir a busca por um imóvel próprio.
Não podemos esquecer que as antigas instalações do CAU/RJ, na Rua Evaristo da Veiga, 55, tinham deficiências graves, tais como impossibilidade de acessibilidade universal, ausência de controle nos acessos, elevadores com funcionamento deficiente e com alta periculosidade, instalações elétricas no PC condenadas pela fiscalização da Light, inexistência de brigada de incêndio, espaço insuficiente para funcionários, sem segurança e vigilância patrimonial, só para citar algumas. O custo mensal, somado aluguel, condomínio e IPTU era superior a R$ 35 mil. A compra da nova sede foi feita em excelentes condições de preço e impactou favoravelmente o balanço patrimonial da autarquia ao substituir o capital em espécie por patrimônio imobiliário, com expressivo potencial de valorização futura. O Conselho portanto ficou livre do aluguel e isento do IPTU e manteve o mesmo nível de despesas para abrigar fisicamente suas atividades, sendo que em condições inegavelmente superiores, mantendo ou mesmo aumentando o nível de seus ativos. Abandonou o antigo imóvel, deficiente e inseguro, com 462m², para ocupar um andar, com 952,09 m² de um prédio importante, representante do movimento modernista da arquitetura dos anos 60.
Voltando à enquete, é de se espantar o lobby feito em defesa da participação do CAU/RJ na chamada pública para ocupação do colégio Jacobina. Tal chamada guarda relação com integrantes desta autarquia, e, no mínimo, não seria eticamente recomendável o Conselho participar de tal seleção. Além de questões relacionadas a princípios éticos, existem outras relacionadas ao custo financeiro de tal transação; esquece-se de assinalar as despesas que a mesma ensejaria, tais como a cessão onerosa em si e despesas adicionais para reforma e manutenção, nesta última rubrica trazendo-nos custos inexistentes hoje, como contratação de equipes de vigilância, brigadas de incêndio e de manutenção predial, entre inúmeras outras.
Nas redes sociais, os autores da pesquisa afirmam que “75% dos arquitetos preferem a sede do CAU/RJ transferida para um imóvel do Patrimônio cultual (sic)”. No entanto, apenas 160 pessoas participaram da pesquisa, nem todos com formação em Arquitetura e Urbanismo.
Os responsáveis pela disseminação dessas Fake News, prática comprovadamente negativa à sociedade, fazem propostas sem avaliarem os custos de suas ideias. Sugerem ainda utilizar os recursos de uma possível receita do aluguel da sala na Av. República do Chile como “endowment” para subsidiar os profissionais inadimplentes com CAU. Além de ilegal, a proposta é um estímulo à inadimplência. Esta gestão investiu, ao longo de 2018, em ações de promoção e valorização profissional, fortalecendo sua atuação no interior do Estado. Assinamos convênio com o Sebrae para promoção do curso Arquiteto Empreendedor, com duas turmas na capital e uma no interior, iniciativa que será ampliada em 2019. Levou, pela primeira vez, o Encontro com a Sociedade para fora da capital, com edições em Maricá, Nova Iguaçu e Angra dos Reis. Lançou o inédito edital de apoio à assistência técnica para habitação de interesse social. Criou as comissões de equidade de gênero, acessibilidade e de assistência técnica. Até o início de dezembro, mais de 30 arquitetos e urbanistas foram contratados após ação da nossa equipe de fiscalização. Catalogamos mais de 1.600 obras ou projetos e realizamos mais de 20 mil atendimentos.
Precisamos refletir sobre o sentido da busca desenfreada pela desqualificação do CAU/RJ. Aqueles que fomentam tais atitudes prestam um desserviço à profissão. A atual conjuntura pede a união e o fortalecimento dos colegas em prol de um Conselho atuante. Os interesses pessoais não podem se sobrepor aos interesses de um universo de quase 20 mil arquitetos e urbanistas fluminenses.
Presidência do CAU/RJ