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Coordenador da Comissão de Planejamento e Finanças fala sobre a tarefa de equilibrar as contas em tempos de crise
7 de julho de 2017 |
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“Ao primeiro sinal de desequilíbrio [nas contas], o CAU tomou providências imediatas para se adequar. Os ajustes estão sendo feitos para garantir que as atividades essenciais do Conselho, como atendimento e fiscalização não sejam prejudicadas”, afirma o Coordenador da Comissão de Planejamento e Finanças (CPFI), o Conselheiro Antônio Augusto Veríssimo. Na entrevista abaixo, ele explica como funciona o trabalho da CPFI e como o Conselho tem enfrentado a crise econômica que atinge o país.
Qual é a atuação da Comissão de Planejamento e Finanças?
A Comissão de Planejamento e Finanças tem a missão de fazer o acompanhamento do Plano Estratégico do CAU e do Orçamento Anual do CAU/RJ, do quanto se arrecada, do quanto se gasta. A responsabilidade de fazer o planejamento financeiro cabe à diretoria. A Comissão, como um órgão de assessoria ao Plenário, realiza a análise prévia das propostas de planejamento estratégico e orçamentárias para que elas possam ser, posteriormente, encaminhadas para a aprovação do Plenário, como está definido nas regras de funcionamento do Conselho.
Como a crise financeira enfrentada no país impacta o trabalho da Comissão?
Este é um momento delicado em função da crise econômica que tem atingido o país inteiro, com muito mais intensidade o estado do Rio de Janeiro. Quando fizemos a revisão do orçamento no primeiro trimestre de 2017, observamos que o planejamento que tinha sido feito pelo CAU/BR estava defasado no que diz respeito à arrecadação. A arrecadação estava com desempenho muito inferior ao que tinha sido planejado para aquele trimestre. Quando vimos a evolução das despesas e da arrecadação, acendeu um sinal amarelo.
Verificamos, então, que deveria haver uma reprogramação para ajustar as despesas a uma nova meta de arrecadação. A Comissão começou, junto com a gerência e a diretoria financeira, a analisar os cenários e adequar as despesas a uma perspectiva de redução da arrecadação. Passamos os últimos dois meses dedicados a esses estudos. Isso tem obrigado o CAU a “apertar o cinto”. Fizemos corte de pessoal, corte de gastos com o carro da presidência, diárias dos Conselheiros, além de uma série de despesas, para tentar se adequar à arrecadação que apresenta uma tendência de queda tanto das anuidades de Pessoa Física como dos Registros de Responsabilidade Técnica. Isso implica também uma revisão das metas do plano estratégico.
Nesse contexto, quais são as perspectivas para o próximo ano?
Quem faz o orçamento do CAU/UF é o CAU/BR. Os Conselhos estaduais podem propor adequações ao orçamento que vem do sistema centralizado. Quando o CAU/BR definir a proposta orçamentária para 2018, o CAU/RJ poderá fazer uma avaliação para ver se está adequado às expectativas de arrecadação e de gastos e propor as adequações que forem necessárias, o que é feito mais para o final deste ano. Neste momento estamos dedicados ao ano de 2017, em acertar as contas para chegar ao final de ano sem déficit orçamentário. Estamos fazendo esse “aperto nos cintos” para garantir que a próxima gestão receba as contas em dia.
Em relação à transparência, como esses dados financeiros são apresentados aos arquitetos e urbanistas?
O que temos feito é dar ciência ao Conselho. Quando tivermos esse novo orçamento aprovado pelo Conselho, imediatamente, temos que fazer um relato das providências que foram tomadas para que os arquitetos e urbanistas saibam que o CAU/RJ não está inerte frente à crise. Nós estamos adequando a estrutura do CAU às condições financeiras e trabalhando para tentar ampliar o mercado de trabalho para os arquitetos.
Um exemplo são os esforços que estão sendo feitos para tentar implantar a Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social que estão sendo desenvolvidos por outros CAU/UFs e pretendemos que se implante aqui no Rio de Janeiro. Embora não seja competência da minha Comissão, esta é uma iniciativa importante para ampliar o mercado de trabalho dos arquitetos e urbanistas e garantir o acesso às populações de mais baixa renda a esse profissional. Essa é uma tarefa importante, além de uma série de propostas que o CAU/RJ tem desenvolvido. Estamos trabalhando também para que o CAU/RJ seja mais acessível. Para criar, na nova sede, espaços que sejam desfrutados e utilizados pelos profissionais.
Como o senhor avalia a compra da sede própria do CAU/RJ?
Participei da Comissão que fez a seleção dos imóveis e a nova sede foi um achado. Foi adquirida por um preço muito bom, em um prédio em ótimas condições e muito bem localizado. Não precisamos fazer, praticamente, nenhum investimento adicional. O andar já estava pronto para ser ocupado. Faltavam apenas mobiliário e cortinas. A área adquirida permite o desenvolvimento de todas as nossas atividades e ainda a criação de espaços de convivência e de desenvolvimento de atividades para os profissionais.
A compra não teve nenhum impacto em relação à crise financeira. Era um dinheiro que já tinha sido arrecadado para este fim e nos livrou de pagar aluguel e outras despesas dando mais segurança para o CAU. A compra foi uma iniciativa muito boa porque o mercado [imobiliário] estava em queda. Certamente, assim que a crise econômica for superada, o imóvel se valorizará e o ganho será muito superior ao que o Conselho teria se o dinheiro estivesse no banco rendendo juros. O imóvel se incorpora ao patrimônio do CAU, além do conforto que está proporcionando aos profissionais que vêm aqui para serem atendidos. Essa abordagem da compra da sede como um investimento é mais do que justificada.