Marcos Konder foi recebido com curiosidade e admiração por outros arquitetos e urbanistas que estavam sendo atendidos e funcionários do CAU/RJ. A arquiteta e urbanista Tania Fonseca, acompanhada pela família, aproveitou para tirar fotos. “Conheço o trabalho dele e fiquei surpresa que estivesse aqui”, disse.
Enquanto realizava os procedimentos para obtenção da carteira, Konder quis saber mais sobre o funcionamento do Conselho e cobrou: “Vocês estão fiscalizando bem nossa profissão?”. O arquiteto e urbanista se disse feliz com a consolidação do Conselho e lembrou que essa era uma luta antiga. “Em 1964, quando fui presidente do IAB-RJ, já havia esse desejo. É ótimo que o arquiteto tenha sua profissão e seus direitos bem definidos. Na minha época, eu falava que era arquiteto, e dali a pouco me chamavam de engenheiro. Havia essa confusão”.
Em sua carreira, Marcos Konder trabalhou com nomes como Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Bernardes, foi funcionário público, professor da FAU/UFRJ e participou de inúmeros concursos de arquitetura, sendo um dos principais o que resultou na construção do Monumento aos Mortos da 2ª Guerra Mundial, em parceria com Hélio Marinho.
Konder é grande defensor da realização de concursos. Ao comentar os novos ícones arquitetônicos da cidade, como o Museu do Amanhã (na Praça Mauá), ele demonstrou estranheza pela escolha de arquitetos estrangeiros. “O projeto me parece de boa qualidade, mas não entendo porque não contratar um profissional brasileiro. Com a Cidade das Artes (na Barra da Tijuca), aconteceu o mesmo. Há muitos jovens talentos em nosso país que poderiam ser descobertos em concursos”, afirmou.
A adoção de projetos arquitetônicos completos é outra bandeira de Marcos Konder. “Passamos três anos acompanhando a construção do Monumento. Hoje, vejo o governo fazendo licitações para obras enormes sem especificações detalhadas, sem o projeto completo. É um vale tudo”, acrescentou.
Esta semana, Marcos Konder esteve na Seaerj participando de palestra sobre os 50 anos do Parque do Flamengo. Ele relembra com orgulho a concepção e construção do Monumento aos Pracinhas, e contou que a obra foi elogiada pelo renomado arquiteto Le Corbusier em sua visita ao Brasil. “Fico muito satisfeito com o trabalho que fizemos, em ver que o Monumento não envelheceu. Isso porque não fizemos escolhas baseadas em modas. Se o concurso fosse hoje, não mudaria nada”.
Leia entrevista com o arquiteto e urbanista Marcos Konder sobre os 50 anos do Parque do Flamengo